
Pela primeira vez em décadas, a área onde estava até há poucas semanas o Edifício Galeria XV de Novembro, o popular Esqueletão, no Centro Histórico de Porto Alegre, recebeu a luz do sol nos últimos dias. Com as obras de demolição praticamente concluídas, o prédio com 19 andares inacabados, originalmente construído na década de 1950 e nunca terminado, dá lugar atualmente a um imenso vazio e algumas pilhas de escombros.
Aos poucos, a totalidade do material está sendo removida, e cerca de quatro mil toneladas de caliça, além de 70 toneladas de ferro já foram retiradas. Segundo o prefeito Sebastião Melo, a discussão agora é quanto ao destino do terreno, localizado entre as ruas Otávio Rocha e Rua Marechal Floriano Peixoto. “Estamos trabalhando para ser um equipamento de acolhimento social, empreendedorismo, inovação. Tivemos uma reunião ontem (quarta-feira) sobre isso”, disse Melo.
Para fazer isso, precisamos desapropriar o terreno ao lado, porque o do prédio é muito pequeno para isto. A fase atual é de definições”, acrescentou. A desapropriação viria, ainda conforme Melo, a partir de um novo decreto, que pode sair já no mês de novembro. Antes disto, cálculos estão sendo feitos em relação às dívidas do IPTU e da própria demolição, que, conforme o prefeito, assim como no primeiro caso, será cobrada dos proprietários. Estes custos foram estimados por ele em R$ 8 milhões.
“Vamos avaliar o terreno e fazer um acerto de contas em juízo. E trabalhar para ter lá equipamentos que possam gerar oportunidades para as pessoas”, salientou ele, citando ainda outras obras realizadas para revitalização do Centro Histórico, como o Mercado Público e o Quadrilátero Central. “Coloquei como prioridade desmanchar o Esqueletão, porque aquilo não casa com a alma da cidade, que é o Centro. (Sua derrubada) é uma vitória da cidade”.
Responsável pela derrubada, Manoel Jorge Diniz Dias, o Manezinho da Implosão, disse também que os trabalhos estão bastante adiantados. “A performance da nossa equipe tem superado as expectativas”, comentou ele. A conclusão dos trabalhos no edifício, originalmente de 13 mil metros quadrados, havia sido estimada pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) até o final deste ano.
Fonte: Felipe Faleiro / Correio do Povo