Os produtores de arroz brasileiros deverão reduzir a área de plantio da cultura para 2026, caso aceitem a recomendação das entidades setoriais. O cenário recomendado para o próximo ano deveria ser de queda de 8% na volume de lavouras plantadas no Rio Grande do Sul e 30% nos demais estados produtores. Todos de áreas de baixa produtividade.
Por traz dessa sugestão está o endividamento do arrozeiro, que nos cálculos do presidente do Conselho da Fedearroz atinge 60% dos produtores, em especial da região central do Rio Grande do Sul e o alto estoque regulador na mão do governo Federal. A proposta apresentada durante reunião-almoço Tá na Mesa, nesta quarta-feira, 27, na Federasul foi feita não só pela Federação do setor mas também pela FARSUL.
“Sugerimos que as áreas com menor produtividade tenham outro aproveitamento. A oferta excessiva neste ano e a queda no consumo per capita nos levam a recomendar este recuo. É preciso perceber o iceberg que está à frente do produtor” comentou Antonio da Luz, economista chefe da Farsul.
ESTOQUE
Para ele, as compras governamentais são um equívoco e um desperdício do dinheiro público. Além disso, segundo Alexandre Velho, da Fedearroz, s concorrência com países do Mercosul tem levado o produto brasileiro perder espaço no mercado internacional.
O alerta vem sendo feito no começo do segundo semestre do ano pois é o período de decisão sobre o plantio para 2026. “Estas áreas poderiam ser ocupadas com lavouras de soja ou destinada à pecuária que está neste momento com preços mais atraentes ao produtor”, disse Gedeão Pereira, presidente da FARSUL.
Pelos dados das entidades o consumo caiu dos 34 quilos per capita para 29 quilos no momento.