
Parlamentares governistas vão trabalhar para blindar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que vai apurar, no Congresso Nacional, as fraudes no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
O foco do trabalho da base aliada ao petista será evitar que o colegiado sirva de “palanque” para a oposição e os trabalhos tornem-se “explosivos” e próximos a um “circo”, como relatou ao R7 uma fonte próxima a Lula.
O movimento do governo ocorre após o revés no Legislativo (leia mais abaixo). Embora não admitam que houve derrota, interlocutores do petista ouvidos em reservado reconhecem que a articulação política do Planalto falhou.
Após o revés, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, chegou a convocar uma reunião de emergência com líderes da base para entender os motivos da perda.
Randolfe assume a culpa
Publicamente, aliados de Lula no Legislativo reconheceram que o Executivo calculou errado o movimento da oposição. Nessa quarta-feira (20), depois do resultado, o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), admitiu que teve culpa na derrota. Além disso, que seu cargo sempre esteve à disposição de Lula.
“O resultado foi desagradável. Assumo a minha culpa, máxima culpa. Responsabilidades minhas não terceirizo e assumo”, declarou, ao ressaltar que o cargo está à disposição de Lula.
“Subestimamos a capacidade de articulação da oposição, mas todo bom time tem uma derrota no campeonato”, prosseguiu. O parlamentar ponderou, ainda, que o governo vem de um “campeonato de vitórias” e que, agora, vai se “reorganizar”.
“A maioria dos membros é de lealdade ao governo”, explicou. “Não vamos permitir que a CPMI se torne palco da oposição”, completou.
Randolfe considera que o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), é mais alinhado à oposição do que o presidente, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e que o relator deve colocar o governo como alvo nas investigações.
O líder, porém, considera que a oposição vai precisar de maioria para levar a apuração na linha pretendida. Nesse caso, Randolfe acredita que o governo deve ganhar.
Apesar disso, Viana afirmou que não vai deixar a CPMI “cair para nenhum lado”, seja petista ou alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ex-ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social), o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) é quem vai coordenar a bancada do governo no colegiado.
Na próxima semana, Viana vai realizar uma sessão para eleger o vice-presidente da CPMI. O governo deve indicar o deputado Duarte Jr. (PSB-MA) para o posto, mas a decisão cabe aos membros, que vão votar.
Portal R7