
A prévia da inflação de julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a ser divulgado nesta sexta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstrará uma inflação ao redor de 0,28% na variação mensal. Se confirmado o índice será superior ao registrado em igual mês do ano passado, quando registrou 0,24%. Para o economista da Escola de Negócios da PUC, Gustavo de Moraes, irão contribuir e pesar para esse índice as pressões no setor de energia elétrica, notadamente a partir de São Paulo, onde concessionárias obtiveram acréscimos tarifários na casa de dois dígitos, além da pressão das passagens aéreas.
“A boa notícia é que os alimentos desaceleram sua alta, a partir de recuos transmitidos pelo mercado internacional. Sendo assim, a pressão da inflação desloca-se dos alimentos para o setor de serviços. Somente em novembro poderemos, finalmente, observar a inflação abaixo de 5% na variação de 12 meses”, diz.
Para ele, somadas as boas e más notícias o que fica é que ainda há necessidade de monitoramento da inflação e a perspectiva de redução de juros adiada para o primeiro semestre de 2026. “O cidadão encontrará pressões no seu orçamento e juros altos, dificultando o orçamento do fim de ano, neste 2025. Enquanto, o mercado de trabalho se mantiver aquecido haverá relativa confiança no mercado consumidor”, comenta Moraes.
TAXA DE JUROS
Já para a equipe econômica do Banrisul, o IPCA-15 de julho deve mostrar variação mensal pouco acima do observado em junho, com alta de 0,33% no mês e um acumulado de 5,30% em 12 meses até julho. Essa breve aceleração, dizem os técnicos, deve refletir avanços nos preços de serviços, em vista do aumento mais expressivo de passagens aéreas, e de bens industriais, com a menor retração de etanol – principalmente. Ainda, a alimentação no domicílio deve registrar mesmo ritmo de retração, com o decréscimo da queda de alimentos in natura sendo contrabalançado pelos alívios em semielaborados e industrializados.
“Finalmente, em relação aos preços administrados, os destaques devem ser o ajuste em planos de saúde, devido à apropriação do percentual do reajuste do novo ciclo anual; os efeitos iniciais do aumento em jogos de azar e o custo de energia elétrica, este pressionado por reajustes tarifários e impactos remanescentes do acionamento da bandeira vermelha 1”, comentam os analistas do banco.
Para eles, caso se confirmem, devem contribuir para a lenta acomodação das projeções de mercado para o IPCA de 2025, hoje pouco acima dos 5%, e reforçar o debate sobre o momento em que o Banco Central perceberá condições suficientes para iniciar um processo de normalização da taxa de juros no Brasil. “Nossas projeções atuais contemplam um IPCA de 5,1% no ano corrente, com um primeiro corte na taxa Selic em dezembro deste ano”, concluem.