
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil pela manutenção da taxa básica de juros da economia, a Selic, estável em 15% ao ano reforça o fato de que as expectativas estão desancoradas e que o patamar precisa ser contracionista por um período bastante prolongado. Isso reforça essa referência à meta de 3%, dando um banho de água fria um pouquinho no mercado que entendia que, por conta da inflação corrente estar abaixo do teto da meta e que a atividade estava mais fraca, de que ele poderia dar uma certa suavizada.
“E traz por fim que vai seguir vigilante e que os passos futuros da politica monetária podem ser ajustados, o que poderia ser interpretado como sinal de que a sinalização vem em breve, mas aí ele conclui que, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado, ou seja, quase que uma ameaça de que pode vir a aumentar os juros caso necessário seja. Não que eu ache que isso seja uma sinalização de que vai aumentar os juros, mas dá um banho de água fria na expectativa de que os juros vão ser cortados no curto prazo”, diz Bruno Perri, economista-chefe e sócio-fundador da Forum Investimentos
Para ele, s sinalizações em relação aos próximos passos seguiram bem duras buscando manter a credibilidade do Banco Central e tentando fazer com que as expectativas convirjam para a meta num ano eleitoral que a gente sabe que vai ter uma pressão por expansão fiscal, inflacionária por parte do Poder Executivo. “Então para as próximas reuniões, eu estava esperando muito algo que sinalizasse um corte em janeiro. Eu acho que isso ficou um pouquinho on hold agora, talvez a ata na semana que vem traga mais detalhamento e a gente possa recalibrar as expectativas”