
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza cerimônia para receber o novo ministro do Turismo, Gustavo Feliciano, nesta terça-feira (23). O evento oficializa a 14ª troca da Esplanada desde o início do governo e representa um aceno ao União Brasil, que rompeu com o Planalto.
Feliciano é ex-secretário de Turismo da Paraíba e filho do deputado federal Damião Feliciano (União-PB) e da ex-vice-governadora da Paraíba, Lígia Feliciano.
A escolha pelo nome seguiu uma indicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que estava presente em encontro que formalizou o convite de Gustavo Feliciano ao Ministério do Turismo. O nome também foi levado ao chefe do União Brasil, Antônio de Rueda.
A escolha acabou com um gesto duplo, à Câmara e ao partido, que rompeu com o governo Lula em setembro deste ano. A legenda chegou a determinar que todos os filiados precisariam deixar cargos no governo até o fim do mês.
A posição não foi seguida por Celso Sabino, agora ex-ministro do Turismo, e que deixou o cargo no dia 17 de dezembro, após uma crise interna com partido e que levou à sua expulsão da legenda no início do mês.
No âmbito do Congresso, o nome acena a Motta e à busca do governo pela ampliação da base entre deputados. As previsões de líderes ligados ao Planalto é de que a situação possa fidelizar ao menos parte do apoio do União a votações defendidas pelo governo.
O partido conta com 59 deputados. Pelas estimativas de parlamentares governistas, a troca pode aproximar cerca de 30 desses parlamentares.
O presidente da Câmara também reconheceu que a escolha por Feliciano deve ajudar o governo Lula na interlocução com o Congresso.
Celso Sabino, ex-ministro
O embate entre Celso Sabino e o União Brasil se intensificou em dezembro, quando o partido decidiu pela sua expulsão. A decisão foi confirmada após ele ignorar a determinação da legenda para deixar o governo federal e permanecer à frente do ministério.
“A expulsão decorre de uma representação apresentada contra Sabino, que permaneceu no governo federal em atitude contrária a uma determinação do partido anunciada em setembro, envolvendo todos os filiados”, diz trecho do comunicado divulgado pela legenda à época.
Apesar de ter sinalizado a saída e apresentado uma carta de demissão, Sabino afirmou que permaneceria no governo em razão da realização da COP30, marcada para Belém, seu reduto político.
“Fico no ministério, fico ao lado do presidente Lula também por entender que é o melhor projeto para o Brasil”, declarou em outubro.
Fonte: R7