
A balança comercial de novembro registrou um superávit de US$ 5,8 bilhões. As exportações aumentaram em valor +2,4% e as importações em +7,4%. Na comparação do acumulado do ano até novembro, o saldo foi de US$ 57,8 bilhões, um recuo de US$ 11,7 bilhões em relação a igual período de 2024. As exportações cresceram em valor +1,8% e as importações +7,2%, na comparação dos acumulados do ano. Com esses resultados, a balança comercial de 2025 deverá ficar entre US$ 61 e US$ 65 bilhões.
Na comparação da variação dos índices de preços e volume, em novembro, a variação das exportações em volume foi de +4,6% e das importações, de +4,5%. No acumulado até novembro, o aumento das exportações foi de +4,3% e das importações de +7,7%. Os preços dos fluxos de comércio recuam, exceto entre os meses de novembro para as importações (+2,8%).
Os termos de troca registraram uma queda de 1,9%, na comparação entre a média de janeiro a novembro de 2024 e de 2025 e um aumento de 0,7% em relação à média de igual período de 2023. De forma geral, o índice tem ficado relativamente estável.
A principal contribuição para a queda no saldo da balança comercial no acumulado do ano até novembro, em comparação ao de 2024, foi o aumento do déficit com os Estados Unidos, que passou de US$ 800 milhões para US$ 7,9 bilhões, um aumento de US$ 7,1 bilhões. O superávit da China caiu, mas a redução foi de US$ 3,3 bilhões (passou de US$ 30,7 bilhões para US$ 27,4 bilhões) e, na direção oposta, aumentou o superávit da Argentina em US$ 5,1 bilhões, sendo de US$ 5,2 bilhões, em 2025. Para explicar o recuo de US$ 11,7 bilhões no saldo total, outros países/blocos também registraram piora nos saldos comerciais, como a União Europeia.
ACUMULADO
No acumulado até novembro de 2024, o superávit da conta de petróleo e derivados foi de US$ 26,8 bilhões e em 2025 de US$ 27 bilhões. A contribuição dessa conta para o saldo positivo da balança foi de 38,6%, em 2024, e passou para 46,7%, em 2025. Nos anos de 2022 e 2023, a contribuição foi de 25%.
O aumento do superávit de petróleo e derivados no acumulado do ano está associado, principalmente, à redução, em valor, nas importações (-10,9%) superior ao das exportações (-5,2%). Em adição, a queda nos preços exportados superou o das importações, o que compensou o aumento do volume exportado. No caso do petróleo bruto, a variação dos preços exportados foi de -9,3% e o volume cresceu em +5,7%. Nas importações, os preços recuaram em 12,7% e o volume em 14,5%.
Em novembro, a China liderou as exportações (+42,8%) e para os Estados Unidos, a queda foi de -28,0%. Na comparação do acumulado, a liderança foi da Argentina (+38,0%), mas a partir do segundo semestre foi observada uma desaceleração nas exportações, que na comparação de novembro foi de -2,3%. Resultado inverso ao da China, que acelerou as exportações no segundo semestre e, no acumulado, a variação foi de +10,4%. Para a União Europeia, as exportações recuaram em -16,4%, em novembro, e no acumulado do ano, em -1,4%. E para os Estados Unidos, na comparação do acumulado, a queda foi de -7,0%.
Nas importações, a liderança em novembro foi dos Estados Unidos (+19,2%), seguida da União Europeia (+8,1%) e da China (+6,0%). No acumulado do ano, a liderança é da China (+17,2%) seguida dos Estados Unidos (12,6%).
Uma característica do ano de 2025 tem sido o melhor desempenho das não commodities, aumento de 6,8%, na comparação dos acumulados do ano até novembro e em relação ao das commodities, aumento de 3,1%. Com a aceleração do aumento das exportações para a China, a partir de meados do ano, cresceram as vendas das commodities. Em novembro, as commodities aumentam em volume, 8,1% e as não commodities, recuaram em 2,9%. Os preços das commodities registraram recuo nas duas bases de comparação: -4,2% (mensal) e -4,6% (acumulado no ano).
Os índices de volume por setor de atividade refletem, em parte, o desempenho das commodities agrícolas. Na comparação do acumulado do ano, as variações foram: agropecuária (+2,3%); extrativa (+4,6%); e, transformação (+5,3%). Em novembro, a agropecuária cresceu 21,6%, a extrativa recuou em 9,6% e a transformação aumentou em 7,3%.
A variação interanual em valor do mês de novembro dos 5 principais produtos exportados em ordem decrescente de participação foi: petróleo (-21,3%); minério de ferro (+10,5%); soja (+64,6%); carne bovina (+57,9%) e café (+9,1%). Na comparação do acumulado até novembro, a mesma comparação resultou em: soja (-0,1%); petróleo (-4,3%); minério de ferro (-6,1%); carne bovina (+39,8%); e café (+28,9%). Café e a carne bovina, que até novembro estavam no tarifaço de Trump, registraram o melhor resultado no ano.
Em novembro, as importações de bens de capital na indústria aumentaram em 8,0% e na agropecuária em 55,1%. No acumulado do ano, essas variações foram +7,6% para a indústria e -4,7% na agropecuária. Compras de bens intermediários aumentaram na indústria e caíram na agropecuária, em novembro. No entanto, os dados mostram um cenário de expectativas mais favoráveis no setor agropecuário do que na indústria.
O tarifaço de Trump afetou o desempenho exportador do Brasil para os Estados Unidos, mas as exportações registraram crescimento positivo em termos globais. Para a queda no saldo da balança comercial contribuiu, principalmente, o aumento das importações que foi generalizado em todos os mercados, destacando-se o aumento do déficit com os Estados Unidos que superou a redução do superávit com a China.