
O Rio Grande do Sul mais do que triplicará o número de professores da educação básica isentos do pagamento de Imposto de Renda com a isenção para quem ganha até R$ 5 mil. A lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que começa a vigorar em 2026, amplia a faixa de isenção total para quem ganha até R$ 5 mil por mês, além de estabelecer descontos para rendas de até R$ 7.350 mensais.
Segundo estimativas projetadas em Nota Técnica publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), antes da ampliação da faixa de isenção, 14,2% dos docentes da educação básica no Rio Grande do Sul estavam isentos do Imposto de Renda. Com as novas regras, 50,9% dos professores no estado não pagarão Imposto de Renda.
Outros 30,3% dos professores da educação básica no estado gaúcho serão contemplados com a redução das alíquotas de pagamento, na faixa de até R$ 7.350 mensais. O estudo indica ainda que o percentual de professores da educação básica no Rio Grande do Sul que terão tributação com a alíquota máxima de 27,5% ao mês vai cair de 57,3% para 18,8% do total de professores no estado.
Infográfico | Isenção do IR para professores
Há diferenças significativas na incidência da nova tabela entre docentes das redes pública e privada. Embora o setor público concentre a maior parte dos vínculos, é na rede privada que a ampliação da faixa de isenção tem efeito mais intenso: após a reforma, 82,2% dos professores de escolas particulares estarão isentos, percentual muito superior ao observado na rede pública (42,5%).
“Se o desafio da valorização da carreira de professoras e professores já existe na categoria como um todo, é mais grave na rede privada, que tem remunerado os profissionais em valores inferiores ao piso salarial do magistério público”, pondera Adriano Senkevics, técnico de planejamento e pesquisa na Disoc/Ipea e um dos autores do estudo.
(*) Com Agência Gov.Br