
A indústria brasileira de dispositivos médicos vive um momento de reposicionamento no cenário global. O aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos — que reduziu em 30% as exportações brasileiras para o país em agosto, primeiro mês de vigência da medida — reforçou uma estratégia que já vinha sendo adotada há anos pelo setor: a de diversificar mercados e reduzir a dependência de poucos destinos.
Sob a liderança da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos), essa agenda de internacionalização vem se consolidando com a expansão de empresas brasileiras em polos estratégicos como China, Japão e Índia, que reúnem alguns dos mais importantes centros globais de consumo e produção de tecnologias em saúde.
Segundo levantamento da ABIMO com base em dados oficiais de comércio exterior, as exportações brasileiras do Setor somaram US$ 761,7 milhões entre janeiro e agosto de 2025, alta de 6,8% com relação ao mesmo período de 2024. A Ásia responde por 7,2% das vendas externas no acumulado do ano — com retração em agosto —, o que reforça a necessidade de uma inserção consistente e gradual, apoiada por agendas regulatórias e parcerias tecnológicas.
“A estratégia da indústria brasileira não é substituir mercados, e sim diversificar sua atuação internacional. A Ásia reúne países que investem fortemente em inovação em saúde e valorizam qualidade. O papel da ABIMO é abrir caminhos, qualificar empresas e dar previsibilidade para que esse movimento avance com segurança”, diz Larissa Gomes, Gerente de Projetos e Marketing da ABIMO.
Os principais segmentos exportados do Brasil para a Ásia são médico-hospitalar (55,9%), laboratorial (19,2%) e odontológico (16,5%), abrangendo desde dispositivos de precisão e artigos de laboratório até equipamentos digitais de diagnóstico. Novas iniciativas de cooperação regulatória e tecnológica estão em andamento para fortalecer a presença brasileira no continente.