
A agência de fomento Invest RS, criada no final de 2024 para apresentar as potencialidades do Rio Grande do Sul e captar investimentos para as cidades gaúchas, apresentou o balanço de atividades de um ano de atuação. Dos R$ 30 bilhões de investimentos projetados na carteira total da agência, com 22,8 mil empregos gerados, R$ 10,9 bilhões foram de novos projetos desde o início da operação da agência. Para o próximo ano, a empresa pretende investir em mais R$ 30 bilhões na carteira de projetos. Os dados foram apresentados pelo presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo.
Capacitação de municípios
A principal ação da agência foi por meio do programa Desenvolve Município, que promoveu capacitação estratégica para atrair investimentos. Foram 351 gestores públicos municipais inscritos e 229 municípios envolvidos na capacitação. Desses, foram desenvolvidos 80 planos municipais de atração de investimentos recebidos, de 15% do total de municípios gaúchos, representando 46,5% do PIB gaúcho.
O programa contou com dois pilares: atrair investimentos e promover os produtos do Estado, e deixar cidades aptas a receber os investimentos. Um plano de capacitação em parceria com a Unisinos foi executado para os municípios interessados no programa, por meio de encontros presenciais e virtuais.
Ao longo do ano, foram realizados 680 contatos com empresas, entidades ou organizações, resultando em uma identificação de 110 projetos em contrato com a Invest. São 52 projetos ativos neste momento com a carteira atual. Ao longo do ano, foram realizadas 98 feiras, missões e eventos por meio da agência, que percorreu 20 países em eventos para a promoção comercial.
Os projetos ativos contêm 28 termos de engajamento, um documento que representa um projeto estabelecido mostrando o que a empresa busca fazer no Estado e com sinalização de investimento estimado. Entre os termos, um destaque foi assinado em Malásia com a Tellescom, empresa de semicondutores que busca um projeto de instalação de uma fábrica de encapsulamento na região metropolitana de Porto Alegre, com investimento de US$ 170 milhões.
Colocar o RS no mapa
O principal resultado alcançado, aponta, foi posicionar o Estado no mapa de investimentos do Brasil e do mundo. “No momento em que a gente começa a circular e falar com as pessoas, muitas vezes o Rio Grande do Sul não está no mapa. O simples fato da gente mostrar o que temos no estado abriu uma série de oportunidades de conversas, colocou Rio Grande Sul no radar de forma protagonista”, afirmou o presidente.
Outra importante ação foi a inauguração do escritório da agência em São Paulo em junho, com o vice-presidente da Invest RS, Eduardo Lorea, à frente. O espaço foi criado para facilitar o contato com as empresas para atrair investimentos e negócios. O secretário destacou a importância do espaço para facilitar o deslocamento e agendas no eixo paulista, além da atividade econômica da região, e avaliou que trouxe resultado positivo na atração de investimentos. “Está no radar futuro que nós temos mais estruturas, inclusive fora do Brasil, aqueles países que o estado tenha relação comercial ou, né, um potencial de atração de investimentos”, afirma Ernani Polo.
A plataforma RS em Dados, criada com o objetivo de mapear dimensões de dados do Estado de maneira centralizada, foi utilizada nas reuniões com os investidores para mostrar o potencial econômico do Rio Grande do Sul.
Planejamento para 2026
Para 2026, a agência pretende promover ampliação a novas parcerias e colaborações, como o Sebrae-RS, e potencializar as já feitas, como Fiergs, Fecomércio, Caldeira e Sindienergia. Deverá ser feita uma nova fase do programa Desenvolve Município e trabalhar com inteligência artificial para auxiliar no mapeamento do estado. Ainda, será ampliada a conexão com a indústria, por meio da fiergs e senai com rodadas de conexão e capacitação técnica, e com o agro, por meio da farsul e do irga para a criação de um Grupo de Trabalho sobre irrigação e a promoção de produtos gaúchos no Exterior.
No primeiro ano de atuação, o presidente define como “colaboração”. “É construir em conjunto. A gente não surgiu para substituir algo que é feito, mas para ampliar, eventualmente melhorar coisas que já são feitas, mas ocupar um espaço que o Estado não estava ocupando”, afirma o presidente.
Considerando o cenário de desaceleração da economia a partir do ano que vem, o presidente está com boas expectativas com os diálogos feitos ao longo do ano. “É claro que o cenário de alguma forma influencia as decisões que as empresas podem tomar. Mas a gente está colocando o Rio Grande do Sul no mapa, considero que ainda vai ser um ano em que a gente vai buscar fazer essas conversas, fazer com que as empresas nos conheçam, entendam o nosso potencial”, afirma Prikladnicki.
“O Rio Grande do Sul está celebrando investimentos importantes apresentando as nossas potencialidades, as oportunidades que o Estado tem. Um Estado que tem uma capacidade, uma vocação empreendedora. A Invest RS vem exatamente com esse objetivo, para que possamos tirar o plano de desenvolvimento econômico, inclusive sustentável do papel”, complementa Ernani Polo.
Fonte: Correio do Povo