
A presidência da COP30 recebeu fortes críticas na manhã desta sexta-feira (21) por não citar o debate sobre o fim do uso de combustíveis fósseis na proposta final. Uma carta assinada por mais de 30 países foi enviada à liderança brasileira e pede a inclusão do tema na versão conclusiva do texto da conferência.
“O sucesso da presidência dependerá de apresentar um resultado equilibrado e voltado para o futuro, em vez de pedir aos demais que aceitem apenas aquilo que os menos ambiciosos estão dispostos a permitir”, diz o documento, apoiado por nações como Áustria, Bélgica, Chile, Colômbia, França e Alemanha.
Sem menções ao plano para começar a discutir o fim do uso de petróleo, gás e carvão, o texto foi questionado por outras nações. Um novo debate será feito ainda nesta manhã.
Apesar da exclusão, o chamado “mapa do caminho” é defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“Expressamos profunda preocupação em relação à proposta atualmente em consideração, apresentada em termos de ‘pegar ou largar’. Não podemos apoiar um resultado que não inclua um roteiro. Solicitamos, de forma respeitosa, porém firme, que a presidência apresente uma proposta revisada”, continuam os países que discordam.
A falta de acordo indica que as negociações podem levar mais tempo e postergar o fim da conferência, previsto para esta sexta (21). Isso porque os documentos de COPs precisam ser aceitos em consenso pelos quase 200 países que participam do evento.
Em outra frente, o novo rascunho pressiona para o financiamento climático, com destaque para que países ricos, historicamente responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa, aumentem as metas de contribuição e apoiem financeiramente nações em desenvolvimento.
O texto destaca, ainda, o aumento da temperatura no planeta e diz que limitar o aquecimento global a 1,5°C, como determina o Acordo de Paris, depende de novo pacto global baseado em equidade.
As demais nações que endossam as críticas à proposta incluem Costa Rica, Croácia, Tchéquia, Estônia, Finlândia, Guatemala, Honduras, Islândia, Irlanda, Liechtenstein, Luxemburgo, Ilhas Marshall, México, Mônaco, Países Baixos, Panamá, Palau, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido e Vanuatu.