
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou, nesta quinta-feira (20), a decisão do Governo dos Estados Unidos de revogar a última parte do tarifaço de 50% aplicado sobre produtos importados do Brasil. A declaração foi dada durante a abertura do Salão do Automóvel, no Distrito Anhembi, em São Paulo.
“Quando o presidente dos Estados Unidos decidiu aplicar uma supertaxação ao mundo inteiro, todos ficaram apreensivos. Eu, particularmente, não tomo decisões com 40 graus de febre. Hoje estou satisfeito porque ele começou a reduzir essas taxações. Esse tipo de avanço acontece quando conquistamos o respeito das pessoas”, afirmou o petista.
Com o ato anunciado por Donald Trump, a sobretaxa de 40% deixa de valer de forma retroativa a 13 de novembro, encerrando o tarifaço que, somado a tributos recíprocos, elevava em até 50% o custo de entrada de diversos itens no mercado americano.
Segundo documentos divulgados pelo governo dos EUA, a medida beneficia ao menos 580 produtos que deixarão de ser onerados pela cobrança adicional.
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por Brasília
Para quais produtos o tarifaço foi zerado?
A lista de produtos afetados pelo tarifaço reunia sobretudo itens do setor agrícola e alimentar, incluindo carne bovina em diferentes formas — carcaças, cortes frescos, refrigerados ou congelados — e também miúdos, como língua, fígado e outras vísceras, frescas ou congeladas.
Frutas tropicais e de clima quente faziam parte do pacote, entre elas abacaxi, abacate, manga, goiaba, banana-da-terra, laranja e kiwi.
Entravam ainda castanha-do-pará, castanha de caju, coco, além de raízes como mandioca e inhame. Produtos amplamente exportados pelo Brasil, como café, chás, erva-mate e diversas especiarias — pimenta, cravo, gengibre, açafrão, canela — também foram incluídos na lista tarifária.
O tarifaço também incidia sobre polpas e conservas de frutas (especialmente de manga, goiaba e abacaxi), além de açaí e derivados usados para bebidas.
O bloco incluía ainda produtos de cacau — como manteiga, pasta e cacau em pó — mais tapioca, pães e confeitaria utilizada em contextos religiosos, sucos de frutas cítricas e extratos de café e chá.
Fora do setor agrícola, a lista também trazia uma série de minerais, combustíveis e produtos químicos, entre eles minério de ferro, concentrados de estanho, carvão, gás natural, óleo cru, gasolina, naftas, combustíveis de aviação, óleos lubrificantes e graxas. Fertilizantes amplamente exportados pelo Brasil — como ureia, sulfato de amônio, nitratos, fosfatos e sais de potássio — estavam igualmente sujeitos às sobretaxas.
No campo químico, apareciam itens como hidróxido de potássio, óxidos e cloretos de estanho e óleos essenciais, incluindo os de laranja.
Outro grupo expressivo reunia peças, componentes e materiais classificados como artigos de aeronaves. Entravam na relação pneus de borracha para aviões, partes de motores, turbinas, rotores, trens de pouso, estruturas metálicas, além de aviões, helicópteros e aeronaves não tripuladas.
A lista também contemplava equipamentos industriais e de tecnologia, como máquinas de processamento automático de dados, impressoras, monitores, celulares e estações de telecomunicações, além de baterias, tubos e perfis de aço, plásticos industriais, mangueiras, ferragens e sistemas de alarme.
Fonte: Agência Brasil