
A taxa de juros no Brasil (taxa Selic) vai permanecer em níveis elevados “por período bastante prolongado” e não está afastada a possibilidade de novas altas com o objetivo de devolver a inflação para o centro da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Além disso, já existe “maior convicção” de que a taxa de juros atual é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. Esta é a principal orientação que conta na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, e divulgada nesta terça-feira, 11, pela autoridade monetária.
“Endossando o cenário esperado do Comitê até aqui, há uma moderação gradual da atividade em curso, certa diminuição da inflação corrente e alguma redução nas expectativas de inflação”, informou o Banco Central na Ata da 274ª Reunião do Copom.
A ata que manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006 destaca que não existe um momento exato sobre quando a taxa Selic poderá começar a ser reduzida. O mercado financeiro, no Relatório Focus, projeta o início do ciclo de corte dos juros básicos da economia a partir de janeiro de 2026. O documento destaca que há uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado, uma maior resiliência dos preços relacionados ao setor de serviços e um conjunto de políticas econômicas com impacto inflacionário.
“O Comitê seguirá vigilante e não hesitará em retomar o ciclo de alta se julgar apropriado. Reafirmou-se o firme compromisso com o mandato do Banco Central de levar a inflação à meta”, acrescentou a autoridade monetária.

CRÉDITO MAIS CARO
A alta da taxa Selic ajuda a conter a inflação. Isso porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico. A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
infografia_selic – ArteDJOR
(*) com Agência Brasil