
Avanço no interior e Região Norte, sinergia com o agronegócio e difusão dos pontos alternativos. Esses são alguns dos movimentos evidenciados pela nova edição do Ranking das 30 Cidades do Franchising Brasileiro em Faturamento, realizado pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. Com dados referentes ao primeiro semestre deste ano frente ao de 2024, o estudo aponta um cenário de desenvolvimento econômico, fortalecimento regional e adaptação dos modelos de negócio das redes às novas dinâmicas do consumo. De acordo com a entidade, as franquias já estão presentes em 69% dos municípios brasileiros, ante 61% no ano passado.
Porto Alegre (RS) lidera o ranking, com crescimento de 32,97% no faturamento das franquias no período pesquisado. A capital do Rio Grande do Sul se destacou por fatores como a recuperação do comércio e dos serviços após os eventos climáticos de 2024, que impulsionou os investimentos e o consumo local, e pela digitalização das pequenas operações, favorecendo a integração das redes. Em segundo lugar aparece a primeira não-capital. Jundiaí, no interior de São Paulo, cresceu 29,26%, consolidada como polo logístico e empresarial, atraindo renda e profissionais qualificados.
Para identificar os mercados de maior porte, a ABF inicialmente reuniu os dados das 30 maiores cidades por faturamento e então as ranqueou pelos maiores crescimentos nominais. O período de análise envolveu o primeiro semestre de 2025 frente a igual período do ano passado. Entre as 30 cidades ranqueadas, 16 são capitais e 14 não-capitais, refletindo o avanço das franquias em municípios médios e o fortalecimento de polos regionais. Embora as capitais ainda concentrem 76% do faturamento, as não-capitais concentram 24% – sendo 12% do interior de São Paulo – com decréscimo de 5% das capitais.
De acordo Tom Moreira Leite, presidente da ABF, os dados reforçam o dinamismo e a capilaridade do setor de franquias brasileiro. “O franchising está cada vez mais conectado às transformações regionais e sociais do País. A interiorização e a diversificação geográfica das redes mostram que o setor acompanha as novas realidades do consumo e se adapta a diferentes contextos econômicos e culturais, promovendo a geração de empregos e renda e o desenvolvimento em todas as regiões do Brasil”, destaca.
POLOS REGIONAIS
A presença do agronegócio segue relevante para o avanço das franquias. Entre as 15 maiores cidades em variação positiva no faturamento, cinco se evidenciaram pela influência do agro na economia local. Além da líder gaúcha Porto Alegre e da capital mato-grossense Cuiabá, o ranking destaca a capital sul-mato-grossense Campo Grande em 12º lugar, Londrina (PR), em 13º, e Uberlândia (MG), na 14ª posição. Já dentre os municípios do 16º ao 30º lugar, dois têm predomínio do agro: Goiânia (GO) e São José do Rio Preto (SP).
Entre os polos regionais do franchising, a capital federal Brasília ficou em 15º lugar. Já na segunda metade do ranking, figuram seis capitais: Goiânia (16º), Curitiba-PR (19º), Fortaleza-CE (20º), São Luís-MA (22º), Recife-PE (23º) e Rio de Janeiro-RJ (28º). Já nove não são capitais: as paulistas Campinas (17º lugar), São José do Rio Preto (18º), Santo André (21ª), São José dos Campos (24ª), Sorocaba (25º), São Bernardo do Campo (26º), Ribeirão Preto (27º) e Barueri (29º), e a fluminense Niterói-RJ (30º).
Para o presidente da ABF, alguns fatores explicam essa descentralização do setor de franquias pelo Brasil. “O custo operacional mais competitivo, com aluguéis e encargos menores fora das capitais; mercados menos saturados, com maior espaço para consolidação de marcas; melhoria da infraestrutura e logística, impulsionada pela digitalização e novas rotas de distribuição; busca por qualidade de vida de empreendedores e investidores, que têm priorizado cidades médias e apoio de políticas locais, com incentivos fiscais e simplificação regulatória para atração de franquias são a meu ver alguns dos principais fatores que têm favorecido a interiorização das redes de franquias no País”, afirma.
Levando em consideração os segmentos, os Top 5 por variação positiva no faturamento no período analisado foram: Alimentação – Comércio e Distribuição (23%), Saúde, Beleza e Bem-Estar (15%), Limpeza e Conservação, Serviços Automotivos e Alimentação – Food Service (12%). Já entre os Top 5 segmentos por participação no faturamento dos municípios que compõem o ranking, destacaram-se: Saúde, Beleza e Bem-Estar (21%), Alimentação Food Service (20%), Serviços e Outros Negócios (12%), Alimentação Comércio e Distribuição e Moda (11%).
| RANKING MUNICÍPIOS – ABF CON 2025 | |||||
| Cidade | 1° SEM 2024 | 1° SEM 2025 | % Variação Fat. | ||
| 1° | Porto Alegre | R$ 1.346.573.271 | R$ 1.790.491.135 | 32,97% | |
| 2° | Jundiaí | R$ 673.707.699 | R$ 870.809.123 | 29,26% | |
| 3° | Santos | R$ 632.713.391 | R$ 756.158.579 | 19,51% | |
| 4° | São Paulo | R$ 13.713.126.242 | R$ 15.721.225.521 | 14,64% | |
| 5° | Florianópolis | R$ 916.230.503 | R$ 1.035.624.939 | 13,03% | |
LIDERANÇA DOS ESTADOS
A pesquisa da ABF revelou também os Top 10 Estados que mais cresceram em faturamento entre o primeiro semestre de 2025 e igual período do ano passado. O Rio Grande do Sul conquistou o 1º lugar, saltando da 27ª posição, com 33% de crescimento do faturamento das franquias. Após a tragédia das enchentes em maio de 2024, o Estado registrou forte recuperação econômica, favorecido também pelo agronegócio.
Na Região Norte, o Amapá alcançou o 2º lugar, subindo do 12º e com faturamento 27% maior. Na terceira colocação se manteve Roraima, com variação positiva de 18%. O Rio Grande do Norte avançou da 22ª para a quarta posição, com 13% de crescimento, e o Mato Grosso ficou em 5º lugar, registrando alta de 12% no faturamento das redes de franquias. O agronegócio predomina em seis dos Top 10 Estados. Além do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Mato Grosso, destacaram-se também Paraíba (6ª posição), Santa Catarina (9ª) e Paraná (10ª).
De acordo com a ABF, entre outros fatores que contribuíram para o destaque desses estados no Ranking estão a inflação mais controlada e a leve retomada do poder de compra dos consumidores no primeiro semestre de 2025; a atração de empreendedores locais em busca de negócios mais seguros e com suporte de marca. A pesquisa indica, ainda, maior avanço da variação positiva no faturamento das redes (acima da média) fora do eixo Rio-São Paulo e na Região Norte.
| 2025 | 2024 | ESTADO | 1° SEM 2024 | 1° SEM 2025 | VARIAÇÃO |
| 1° | 27° | Rio Grande do Sul | R$ 5.644.024.895,00 | R$ 7.507.616.088,00 | 33,0% |
| 2° | 12° | Amapá | R$ 262.490.583,00 | R$ 333.587.416,00 | 27,0% |
| 3° | 3° | Roraima | R$ 267.476.438,00 | R$ 314.373.709,00 | 18,0% |
| 4° | 22° | Rio Grande do Norte | R$ 1.237.904.489,00 | R$ 1.395.404.941,00 | 13,0% |
| 5° | 1° | Mato Grosso | R$ 2.734.394.962,00 | R$ 3.073.758.277,00 | 12,0% |