
Setembro de 2025 consolidou um cenário difícil para o varejo de lojas físicas no Brasil. O Índice de Performance do Varejo (IPV) registrou retração de 12,2% no faturamento nacional ante o mesmo mês de 2024, puxada pela forte queda de 23,7% no volume de vendas nos shoppings centers. As lojas de rua foram o único alívio no período, apresentando crescimento de 2,5% no faturamento. Pela ótica do movimento, o panorama também foi negativo, com queda de 13,4% no fluxo de shoppings e de 9% no fluxo de lojas de rua.
O desempenho regional foi misto, aprofundando as disparidades no país. O Centro-Oeste liderou o crescimento com alta de 8% no faturamento, seguido pelo Sudeste (+1,1%) e Norte (+0,8%). Na contramão, o Nordeste registrou uma queda expressiva de 47,4%, e o Sul fechou o mês com retração de 2%. Esse cenário ocorreu em meio a uma redução de 9,5% no ticket médio geral de compras, que caiu 21,4% nos shoppings e subiu 6% nas lojas de rua.
Setorialmente, os resultados seguiram a tendência de divergência. O segmento “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” teve o melhor desempenho, com crescimento de 9% no faturamento. Por outro lado, o setor de “Tecidos, vestuário e calçados” foi o mais impactado, com retração de 20%.
“Os números de setembro refletem um consumidor mais seletivo e consciente. A resistência das lojas de rua, mesmo com menor movimento, sugere a busca por conveniência e proximidade. Já o desempenho nos shoppings exige uma reflexão urgente sobre a experiência oferecida, que vai além das compras, para atrair o público novamente”, Flávia Pini, sócia da HiPartners