
O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) negou, nesta segunda-feira, ter à disposição o antídoto para o metanol, substância por trás de bebidas alcoólicas adulteradas, além de dois casos suspeitos de contaminação no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre e Santa Maria. A secretária estadual de Saúde (SES), Arita Begmann, sugeriu que o complexo da Capital, administrado pelo governo federal, já teria o produto. A direção do GHC disse ainda não ter a informação de que estaria recebendo o medicamento, e segue nota técnica do Ministério da Saúde sobre orientações para atendimento e notificação.
No Brasil, foram confirmados, até o último domingo, 225 casos, dos quais 16 confirmados e 209 em investigação, a maioria no estado de São Paulo. No entanto, 13 estados têm casos notificados. Há ainda dois óbitos confirmados, também em São Paulo, e 13 sob investigação. As informações são atualizadas diariamente, às 17h. Arita disse ainda, nesta segunda-feira, que a SES está tomando medidas para que o Centro de Informações Toxicológicas (CIT) possa realizar a análise de sangue coletado de possíveis casos suspeitos.
“Nossa equipe tem já experiência em relação a isso, mas não especificamente para esta situação de hoje. Estamos adquirindo os insumos necessários. Conhecemos os protocolos e a equipe técnica está preparada para podermos ser referência”, comentou ela. Ainda nesta segunda, haverá uma reunião interna para tratar do assunto, e há um comitê intersecretarial para acompanhar a presença de metanol em bebidas no Rio Grande do Sul, criado pelo governador Eduardo Leite na semana passada, reunindo órgãos como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a Polícia Civil (PC), a Brigada Militar (BM) e o Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Também nesta segunda, o Cevs deverá emitir uma nota orientativa para a rede assistencial, especialmente para as portas de entrada, e é considerada fundamental para orientar a atuação dela sobre o tema. “Nosso foco é prevenir, proteger e assistir a população. Estamos nos preparando não apenas para orientar, mas também para atender eventuais casos de pessoas com sintomas de intoxicação, caso venham a ocorrer”, frisou Arita.
Fonte: Felipe Faleiro / Correio do Povo