
Em valores absolutos, o Dia das Crianças de 2025 deve movimentar R$ 9,96 bilhões no varejo brasileiro, de acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Caso se confirme, será o maior volume de negócios para a data nos últimos dez anos (R$ 9,45 bilhões em 2015), superando também o patamar pré-pandemia (R$ 9,76 bilhões em 2019). No entanto, o crescimento em comparação a 2024, quando foram movimentados R$ 9,85 bilhões, é de 1,1%.
“Historicamente, o Dia das Crianças é considerado o terceiro evento mais relevante do calendário do varejo nacional”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. “A inflação em patamares ainda elevados e a maior taxa de juros em 20 anos podem ser apontados como alguns dos responsáveis pelo crescimento reduzido na estimativa de vendas em comparação ao ano anterior.”
Apenas o Natal, com R$ 72,8 bilhões em 2024, e o Dia das Mães, que movimentou R$ 14,5 bilhões em 2025, superam essa comemoração que coincide com o feriado de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro. “É um termômetro para o último trimestre do ano, que ainda vai aquecer nas festividades de dezembro”, detalha o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.
CENÁRIO DESAFIADOR
Tendo como referência o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), a expectativa da CNC é que o preço médio da cesta composta por 11 grupos de bens e serviços relacionados ao Dia das Crianças apresente variação de 8,5% em relação à data em 2024. O avanço médio de preços deverá ser puxado por alimentos, como chocolates (+24,7%), doces (+13,9%) e lanches diversos (+10,9%). Itens considerados carros-chefes de vendas nessa data, como brinquedos e artigos de vestuário, tendem a registrar variações menores do que a do nível geral de preços (+4,6%).
Ainda de acordo com a CNC, o percentual de famílias com contas em atraso atingiu em 2025 o maior patamar (30,4% das famílias) da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em 2010.