
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente americano, Donald Trump, nesta semana, foi um primeiro e importante passo para destravar as negociações comerciais entre os dois países.
Ele afirmou que a conversa entre os dois chefes de Estado ainda não está marcada, mas o governo brasileiro está otimista.
“Essa boa sinalização do presidente Trump e do presidente Lula foi um passo importante. Agora, temos que dar os outros passos para reduzir a alíquota e para retirar mais produtos dessa alíquota de 50%”, analisou Alckmin.
Sobre a data para a reunião entre Lula e Trump, Alckmin disse que isso é questão de dias. “Ainda não está marcado, mas estamos otimistas.”
O vice-presidente disse que há um “espaço enorme” para avançar em questões não tarifárias com os EUA, como minerais estratégicos e data centers.
STF e tarifaço
O vice repetiu que não há “nenhuma relação” entre decisão da Suprema Corte e política regulatória com aumento de imposto de importação.
“Não tem o menor sentido”, apontou. “Estamos falando das duas maiores economias nas Américas e das duas maiores democracias no Ocidente”, prosseguiu.
Alckmin lembrou que, há duas semanas, uma ordem executiva de Trump zerou a tarifa do Brasil para celulose, ferro-níquel e herbicida.
“Isso dá 4% da exportação brasileira para os Estados Unidos, US$ 1,7 bilhão. Acho que gradualmente, passo a passo — e foi dado o primeiro passo importante — é possível, sim, avançar. E o Brasil está diversificando o mercado”, continuou, citando ida recente ao México nesse contexto.
Ele também fez referência ao acordo entre o Mercosul e a União Europeia, dizendo que ele ajuda no entendimento com os EUA e também é uma mensagem para o mundo, em meio a guerras, de que o livre comércio e o multilateralismo são possíveis.
Por fim, Alckmin elogiou Lula pelo foco no diálogo e na negociação.
“Lula tem essa habilidade e ele é respeitado exatamente por isso, que é uma inteligência natural do Lula e uma habilidade natural do presidente Lula. Aliás, essa foi a liderança dele no mundo sindical. Luta pelos trabalhadores, luta luta, luta e no final faz um acordo. Então, esse é o caminho”.
Fonte: R7