
Aumentou de seis para dez o número de mulheres que afirmam terem sido vítimas do professor de Direito e advogado Conrado Paulino da Rosa, que nega as acusações. De acordo com a Polícia Civil, a apuração inclui suspeitas de crimes sexuais. Também segundo a instituição, estão sendo investigadas alegações sobre supostos casos que teriam ocorrido entre 2013 e 2025, em Porto Alegre.
Um inquérito foi instaurado e segue em andamento na 2ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). A delegada titular, Fernanda Campos Hablich, enfatiza que não comentará sobre os trabalhos. Entretanto, confirma que houve aumento no número de mulheres que procuraram a especializada desde a última sexta-feira, quando a investigação veio à tona.
“Ainda estamos apurando os fatos. Por baixo, temos possíveis dez vítimas que querem falar. A posição que o suspeito ocupa, mesmo que não tenha de fato exercido esse poder, influencia bastante na não-denúncia por parte das vítimas”, disse a titular da 2ª Deam.
Fernanda Hablich também considera que há base sólida na apuração policial. “Sim, já foram colhidos elementos indiciários de materialidade”, pontuou a delegada. As diligências seguem com oitivas de vítimas e testemunhas, além de perícias. O investigado será o último a ser ouvido na 2ª Deam.
Conrado Paulino da Rosa era professor de graduação e mestrado em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP) de Porto Alegre. Ele foi desligado da instituição na semana passada.
O professor de Direito nega as acusações. Nas redes sociais, se manifestou por nota. “Quem conhece minha trajetória de décadas, sabe do respeito que possuo pela minha profissão e como conduzo minha vida pessoal”, afirma o professor. “Confio que, com a apuração completa, após a minha oitiva e de minhas testemunhas, e a analise da documentação que será apresentada, a verdade dos fatos se sobressairá. Confio no trabalho das Autoridades, pessoas técnicas e idôneas, mas ao menos por ora respeitarei o sigilo da investigação e evitarei qualquer outra forma de exposição desnecessária”, afirmou. “O Dr. Paulo Fayet, profissional em quem confio e agradeço, já foi constituído e está adotando todas as providencias necessárias. Por fim, não se pode esquecer que investigação não equivale à condenação. Muito menos enquanto ainda não formalizado o contraditório e ampla defesa, de sorte a ferir também a ampla presunção de inocência. Repudio qualquer forma de violência contra a mulher e indispensável que haja responsabilidade na divulgação de informações sigilosas sem autorização.”
O advogado Paulo Fayet, que representa o suspeito, também se pronunciou: “A defesa teve acesso recentemente ao inquérito e tem convicção da inexistência de fatos penalmente relevantes, respeitando sempre o sigilo do expediente e o trabalho da Delegacia Especializada”.
Fonte: Marcel Horowitz/Correio do Povo