
Os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta segunda-feira, 15, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que, em agosto, a inflação cedeu em todas as classes pesquisadas, configurando um quadro de desaceleração generalizada. No entanto, o recuo da taxa foi mais intenso nos pertencentes à renda inferiores, tendo em vista que enquanto a inflação apurada no segmento de renda muito baixa recuou de 0,19%, em julho, para -0,29%, em agosto, a taxa observada na faixa de renda alta passou de 0,44% para 0,10% na mesma base de comparação.
Além da intensificação da trajetória de deflação dos alimentos no domicílio, a queda das tarifas de energia elétrica, beneficiada pela incorporação do Bônus de Itaipu- anulando, inclusive a pressão vinda da adoção da bandeira vermelha patamar 2, explicam esta queda mais forte da inflação nos segmentos de renda mais baixa, dado o peso desses itens no orçamento dessas famílias. Já para a faixas de renda mais altas, a deflação dos alimentos e da energia foi parcialmente compensada pela elevação de preços em serviços, notadamente alimentação fora do domicílio e recreação.
No acumulado de 2025 até agosto, a inflação permanece em torno de 3,1% a 3,3% para todas as faixas de renda, sugerindo um quadro relativamente homogêneo até aqui. Entretanto, quando se observa o acumulado em doze meses, persiste a diferença entre classes: a renda baixa ainda apresenta a maior variação (5,33%), enquanto a renda alta segue com a menor (5,00%).
