
A produção industrial caiu em 7 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE em julho, na comparação com junho, puxando o resultado negativo (-0,2%) da indústria nacional. As quedas foram no Paraná (-2,7%), Bahia (-2,6%), Minas Gerais (-2,4%) e Pará (-2,1%), Mato Grosso (-1,6%), Região Nordeste (-1,1%) e Ceará (-0,3%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. No Rio Grande do Sul o desempenho foi de alta de 1,4%.
De acordo com o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, a taxa de juros em patamares elevados ajuda a explicar essa perda de ritmo na produção industrial. “Juros altos acarretam diretamente no encarecimento do crédito, no comprometimento da tomada de decisões de investimento das empresas e de consumo das famílias. A consequência disso recai sobre a cadeia produtiva, que acaba arrefecendo a produção de forma a adequá-la a essa conjuntura atual”, avalia.
A queda do Paraná na passagem de junho para julho, a mais intensa desde dezembro de 2024 (-4,5%), interrompeu dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou ganho de 1,8%. Bahia e Minas Gerais voltaram a recuar, após avanços de 2,0% e 2,8%, respectivamente, em junho. Já o Pará acumula -4,7% em dois meses seguidos de queda na produção.
Bernardo explica que Minas Gerais exerceu a principal influência negativa este mês, puxada pela queda na produção de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos e Máquinas e equipamentos. “A segunda influência negativa veio do Paraná também pressionada pela redução de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos. A Bahia foi responsável pela terceira maior influência negativa por conta das quedas no setor de derivados do petróleo”, comenta o analista da pesquisa.
São Paulo, que concentra quase um terço da indústria nacional, foi a principal influência positiva, mas ainda se encontra 0,4% abaixo do seu patamar pré-pandemia. “A indústria paulista vinha de três meses de resultado negativos, acumulando perda de 3,1% de abril a junho. Em julho, observamos que setor de alimentos, derivados do petróleo e veículos automotores influenciaram positivamente”, esclarece Bernardo.
O analista da pesquisa destaca também os resultados da indústria do Rio de Janeiro e Espírito Santo. “A produção industrial fluminense soma a terceira taxa positiva, que acumula 4,2% de ganhos no período, com influência do setor extrativo e de produtos químicos. Já a indústria capixaba se destaca graças a uma influência positiva do setor extrativo e de alimentos”.
Na comparação com julho de 2024, o setor industrial variou 0,2% em julho de 2025, com 8 dos 18 locais pesquisados com resultados positivos. O Rio Grande do Sul acumula queda de -2,7%.