
Cerca de 70 funcionários vinculados a empresas terceirizadas contratadas pelo Governo do Estado e pela Prefeitura de Porto Alegre realizaram protesto nesta manhã, em frente ao Palácio Piratini, no Centro Histórico da Capital. O grupo formado por vigias, merendeiras e auxiliares de limpeza reivindica salários atrasados, encargos e benefícios e argumenta que não estão sendo atendidos pelas prestadoras de serviço.
Presente no ato, a deputada estadual Luciana Genro intermediou uma reunião dos trabalhadores com o Executivo estadual. Eles foram recebidos pela chefe de gabinete da Secretaria Estadual da Casa Civil, Cátia Belmonte. Não foram revelados detalhes do encontro.
Conforme a parlamentar, muitas pessoas estão enfrentando dificuldades devido ao impasse. “O pessoal aqui está sendo despejado, inclusive tem muitas crianças presentes, porque as mães atuam nessas escolas. Elas estão ouvindo da Secretaria de Educação que tem que continuar trabalhando, só que elas não receberam nem vale transporte para ir trabalhar. Queremos sensibilizar o Governo para garantir o pagamento do salário do mês dessas pessoas”, afirmou Luciana Genro.
Uma das trabalhadoras, a auxiliar de serviços gerais Cristiane Silva de Oliveira, diz que a empresa Portosol pagava adiantado o salário, mas que desde semana passada ocorreu o atraso. “Quando chegou no quinto dia útil, nos informaram que estavam com bloqueios em contas e que estavam com dificuldade para pagar o salário devido ao valor, que era para muitos funcionários. Na segunda-feira (8) eles nos mandaram que não tinha previsão de pagamento”, revelou.
Na semana passada, a Polícia Civil deflagrou a Operação Laranjal 2, que mirou empresas terceirizadas responsáveis por fraudes em processos licitatórios no Estado. Dois empresários foram presos, investigados por dumping social, dentre outras práticas ilícitas.
Conforme Luciana Genro, os empregados que realizaram a manifestação seriam contratados dos alvos da ofensiva e estariam inclusive sendo ameaçados de perderem o emprego caso não retornem às atividades.
Confira a nota divulgada pela Secretaria Estadual da Educação sobre o assunto:
A Secretaria da Educação informa que as empresas foram notificadas quanto aos atrasos nos pagamentos de salários e benefícios aos trabalhadores, e foi exigida a regularização imediata das obrigações trabalhistas. A Secretaria está em contato direto com as coordenadorias regionais, monitorando os impactos e buscando soluções que minimizem prejuízos às atividades escolares. Os contratos com as empresas seguem vigentes e os pagamentos serão realizados.
Fonte: Eduardo Souza / Rádio Guaíba