
Para combater o furto de cabos da rede elétrica, a CEEE Equatorial passou a utilizar nanotecnologia capaz de rastrear o material mesmo quando sua identificação é destruída ou violada. Essa mesma tecnologia já é utilizada pelo Exército Brasileiro no controle de explosivos. O furto de cabos é uma realidade enfrentada por todas as distribuidoras de energia do Brasil. Em julho deste ano, o Congresso Nacional aprovou o endurecimento da pena para este tipo de crime.
Na área de concessão da CEEE Equatorial, entre janeiro e agosto, mais de 3,9 mil casos de falta de energia foram identificados pelas equipes da distribuidora devido ao furto ou tentativa de furto de cabos da rede elétrica da distribuidora e de clientes – uma média de 16 casos por dia. As regiões mais afetadas são cidades litorâneas como Rio Grande, Capão da Canoa e a capital. Em razão deste cenário foram realizados diversos estudos de mercado em busca de soluções que possam reduzir estes índices.
“A Tecnologia Integrada de Rastreabilidade cria uma espécie de DNA nos cabos elétricos. Com uma caneta laser, é possível identificar se o material pertence à CEEE Equatorial, mesmo que tenha sido queimado, raspado ou derretido”, explica o gerente corporativo de Segurança Empresarial da Equatorial, Johnathan da Costa. A implantação começou por subestações em áreas com maior incidência de furtos, como bairros da capital e cidades litorâneas.
Materiais novos para manutenção ou renovação da rede já saem dos depósitos com a tecnologia aplicada, facilitando a identificação em operações da Brigada Militar e Polícia Civil. O investimento em nanotecnologia realizado pela CEEE Equatorial é uma medida pioneira entre as distribuidoras do setor elétrico do Brasil. “Estamos investindo no que há de mais moderno para enfrentar esse problema”, salientou o presidente da CEEE Equatorial, Riberto Barbanera.
Segundo ele, a meta é melhorar o sistema e garantir mais qualidade no fornecimento de energia à população. “Infelizmente, em 2025 os furtos já representaram a interrupção para mais de 105 mil clientes. Isso causa transtornos à população e gera necessidade de reposições e manutenções que, no futuro, impactam diretamente na tarifa paga pelo consumidor”, lamentou.
Parceria contra o crime
A equipe de Segurança Patrimonial da CEEE Equatorial atua em parceria com a Secretaria da Segurança Pública nas Operações Fios e Cabos, com apoio da Brigada Militar e da Polícia Civil. Em 2025, foram realizadas 64 operações, resultando na prisão de 46 pessoas por receptação. Os casos de furtos de cabos da rede elétrica podem ser denunciados diretamente para a Polícia, por meio do 190, ou também pela Central de Atendimento da CEEE Equatorial, pelo telefone 08007212333.
Legislação mais rígida
Conforme a Lei 15.181, sancionada em 28 de julho, os crimes de furto, roubo e receptação de fios, cabos e equipamentos utilizados no fornecimento ou transmissão de energia elétrica agora têm punições mais severas. A pena para furto qualificado de materiais usados em serviços essenciais foi elevada para dois a oito anos de reclusão, além de multa.
Em casos de roubo que comprometa serviços públicos essenciais, a pena passa a ser de seis a 12 anos de reclusão e multa. Para o crime de receptação simples, a pena pode chegar a quatro anos de reclusão e multa. No caso de receptação qualificada, a pena é de até oito anos, mas pode ser dobrada se envolver bens ligados a serviços essenciais, podendo chegar a até 16 anos de reclusão e multa.
Fonte: Correio do Povo