As fortes rajadas de vento do ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul na madrugada desta quarta-feira, dia 20, trouxe transtornos em diversos pontos. Segundo a MetSul Meteorologia, em Porto Alegre, a primeira banda de nebulosidade ciclônica passou entre o final da terça e o começo desta quarta-feira, trazendo fortes rajadas de vento que passaram de 80 quilômetros por hora. Na estação do clube Jangadeiros, na zona Sul, houve dois picos de vento: às 23h15 da terça-feira, com 78 km/h, e entre 2h20 e 2h30 de hoje com 80 km/h. Na zona Norte, o Aeroporto Salgado Filho reportou rajada de 81 km/h às 3h de hoje.
Foram registradas na Capital cinco ocorrências de destelhamentos, nos bairros Serraria, Belém Novo, Camaquã e Partenon, segundo a Defesa Civil municipal, e cinco ocorrências de quedas de árvores, segundo a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb). Foram quatro árvores caídas e um galho, sendo três ocorrências na zona Sul e duas na zona Norte – no bairro Ponta Grossa; no Parque Santa Fé; bairro Ipanema; rua Martin Luther King, bairro São Sebastião; avenida Inacio Antonio da Silva, no bairro Belém Novo e rua Luzitana, no bairro São João. De acordo com a EPTC, a ocorrência na Estrada da Ponta Grossa causou bloqueio parcial no trânsito, mas a via já foi liberada.
Em Três Coroas, na Estrada Geral de Água Brancas, uma casa ficou destelhada por conta da queda de uma árvore, e outras várias árvores ficaram caídas em via pública, segundo o Corpo de Bombeiros. Porém, ninguém ficou ferido, e houve apenas danos materiais.
O temporal também provocou estragos em diferentes pontos de Taquara, tanto na área urbana quanto no interior do município. Conforme a Defesa Civil, nove residências sofreram destelhamento parcial, localizadas nos bairros Santa Rosa, Morro da Cruz e Medianeira. No bairro Petrópolis, parte do telhado de um sobrado caiu em cima de uma residência. Dados do Observatório Espacial Heller & Jung registraram rajadas de vento de 60,5 km/h no Centro e de 47,9 km/h no bairro Santa Rosa durante a madrugada.
Casa destelhada em Taquara Casa destelhada em Taquara | Foto: Prefeitura de Taquara / Divulgação / CP
O vento forte também ocasionou a queda de três árvores em estradas da região de Padilha, que já foram removidas pela Secretaria Distrital. No bairro Medianeira, uma das árvores atingiu parcialmente uma residência, e foi retirada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Taquara. Nesta manhã, pontos isolados estavam sem energia elétrica no bairro Fogão Gaúcho e a região de Padilha, segundo o coordenador da Defesa Civil, Alessandro Santos.
O Corpo de Bombeiros de Marau precisou ser acionado no fim da tarde de terça-feira após a queda de uma árvore na Rua Irineu Ferlin, no centro da cidade, pelo forte vento do quadrante Norte, segundo a MetSul. O incidente bloqueou a via, além de atingir veículos que estavam estacionados no local, mas ninguém ficou ferido. De acordo com a MetSul, na terça-feira o vento predominou do quadrante Norte com rajadas fortes em várias regiões do estado com uma corrente de jato em baixos níveis trazendo ar quente, associada à formação do ciclone. O vento soprou entre 50 km/h e 80 km/h na maior parte do estado e chegou a 93 km/h no Morro das Antenas, em Teutônia. Outros seis municípios também registraram transtornos, como Cidreira, que está com duas pessoas desalojadas, assim como Imigrante, com Santa Vitória do Palmar, Tramandaí e Uruguaiana.
Vento deve retornar a Porto Alegre e região do quadrante Oeste
Uma previsão da MetSul Meteorologia alertou que nuvens com rajadas de vento e aumento de nebulosidade devem retornar à região de Porto Alegre e de outras cidades da região metropolitana ainda nas próximas horas desta quarta-feira. A MetSul prevê a continuidade das rajadas de vento do quadrante Oeste na maioria das regiões gaúchas ainda nas próximas horas com velocidades entre 50 km/h e 80 km/h, em média, mas localmente superiores. Nesta quinta-feira, com o afastamento do ciclone, o vento deve ceder.
Com a chegada das nuvens, o vento volta a se intensificar e pode soprar com rajadas de 50 km/h a 60 km/h, mas localmente superiores por efeito de topografia (relevo e prédios). Às margens do Guaíba, as rajadas podem ser mais fortes. Desta vez, pelo posicionamento do ciclone, as rajadas serão do quadrante Oeste.
Fonte: Correio do Povo
