
O mercado imobiliário brasileiro fechou o segundo trimestre com desempenho estável tanto na comercialização quanto no lançamento de unidades, mantendo resultado positivo quando comparado ao primeiro trimestre do ano. No mesmo período, as vendas do programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) cresceram 11,9%. Os dados da pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais, iniciativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), elaborados pela Comissão da Indústria Imobiliária (CII/CBIC) em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, mostram que no segundo trimestre de 2025 foram comercializados 102.896 mil imóveis, movimentando R$ 68 bilhões.
Na comparação do acumulado do primeiro semestre com o mesmo período de 2024, o número de unidades lançadas aumentou 6,8% e o de unidades vendidas cresceu 9,6%. Entre janeiro e junho, foram registradas 414.375 unidades lançadas e 423.241 unidades vendidas no país, o que representa um avanço de cerca de 16% em relação ao acumulado de 2024. O volume quase dobrou em cinco anos em 2020, o Brasil registrou 242.605 lançamentos e 244.619 vendas.
Na avaliação do primeiro semestre, o estudo mostra aumento tanto no volume de lançamentos (6,8%) quanto de vendas (9,6%) quando comparado com o mesmo período de 2024. No acumulado de 12 meses, a pesquisa da CBIC registra o lançamento de 414.375 unidades, com um VGL (valor geral de lançamento) de R$ 260 bilhões. As vendas no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) cresceram 25,8% no primeiro semestre, alcançando 95.483 unidades. No entanto, houve desaceleração nos lançamentos no segundo trimestre, com queda de 10,1% em relação ao primeiro trimestre.
ESTABILIDADE
O mercado apresenta estabilidade e, com vendas e lançamentos em alta, a oferta de imóveis novos caiu 4,1% entre junho de 2024 e junho de 2025, totalizando 290 mil unidades — o menor nível já registrado pelo indicador nacional. Hoje seriam necessários 8,2 meses para que todo o estoque fosse escoado, cenário que abre espaço para novos lançamentos, ainda condicionados à redução da taxa de juros para atender à demanda do consumidor.
Participaram da coletiva o presidente da CBIC, Renato Correia; o vice-presidente de Indústria Imobiliária, Ely Wertheim – também presidente-executivo do Secovi-SP; Clausens Duarte, vice-presidente de Habitação de Interesse Social da CBIC; Celso Petrucci, conselheiro da entidade e economista-chefe do Secovi-SP; e o CEO da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu Araújo.
Para Renato Correia, presidente da CBIC, a expectativa é que o setor retome o fluxo de lançamentos ao longo do segundo semestre. Na sua avaliação, a estabilidade atual decorre do efeito da recomposição pontual dos fundings disponíveis, como a carteira do FGTS. Outro fator é o custo do crédito, impactado pela taxa de juros básica da economia. “Estamos em um cenário onde ainda não temos uma queda da taxa de juros e isso certamente diminui o apetite para alguns tipos de operações do mercado, além de ter uma crise econômica extetna também”, afirmou.
PREÇOS E OFERTA
O preço médio dos imóveis teve alta de 4,2% no período. Já a oferta final caiu 4,1% em comparação com o mesmo trimestre de 2024 e 3,4% frente ao primeiro trimestre de 2025, totalizando 290.086 unidades em junho. Com o volume atual de vendas e sem novos lançamentos, o estoque disponível se esgotaria em cerca de oito meses.
“No segundo semestre, podemos ter um represamento dos lançamentos e o volume de contratação de julho e agosto deve ser maior do que uma estabilidade ou redução por conta da subida natural dos preços”, apontou Clausens Duarte, vice-presidente de Habitação de Interesse Social da CBIC.
Trimestral, o estudo Indicadores Imobiliários Nacionais, integra o projeto “Segurança Habitacional como Garantia Básica para a Qualidade de Vida e Integridade Física do Trabalhador”, realizado pela Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC em correalização com o Serviço Social da Indústria (Sesi).