
Os pais do soldado Vitor Golfetto perderam o único filho que tinham. Eles são divorciados e, por isso, o jovem de 19 anos morava com a mãe, em Campo Bom, onde é velado na manhã desta quinta-feira. O corpo dele é o único já liberado para atos fúnebres desde o acidente de trânsito em São Leopoldo, na quarta, onde outros dois militares morreram.
Filho de um serralheiro e de uma agente de saúde, ele foi descrito por familiares como um rapaz alegre e de comportamento exemplar. Tinha planos de casar, ter filhos e de seguir carreira no Exército.
“Perdemos nosso gurizinho. Ele era tudo que tínhamos. A gente o protegia muito. Lembro de quando ele quis ter uma motocicleta e isso nos apavorou. Não consigo imaginar como será a nossa vida sem ele”, desabafou a tia-avó Isaura Cândido, de 69 anos.
Com os olhos mareados, a idosa relembrou da paixão que Vitor tinha por esportes. “Ele adorava jogar futevôlei. Foi por isso que, mesmo em um dia tão triste e doloroso, fizemos questão de trazer uma camiseta da equipe”, disse.
Isaura adiciona que faria uma festa de 70 anos em setembro. Porém, após a tragédia, o evento foi cancelado.
“Não há a menor condição de fazer qualquer tipo de aniversário. Estamos arrasados. Sei que essa é uma dor que não vai passar. Com o tempo, talvez a gente se habitue a isso, mas nosso luto nunca vai acabar”, lamentou, com voz trêmula.
Os corpos das outras duas vítimas, Eduardo Hoffmeister, 19 anos, e Davi Adrian da Silva, 18 anos, tiveram a liberação atrasada. Não há previsão para o início dos velórios. Todas as vítimas eram do 18º Batalhão de Infantaria Motorizado.
Fonte: Marcel Horowitz / Correio do Povo