
O presidente Lula assinou nesta quarta-feira o plano Brasil Soberano, com linhas de crédito de 30 bilhões
de reais para mitigar as tarifas de 50 POR CENTO dos Estados Unidos impostas a produtos brasileiros.
Em sua fala, Lula deixou claro que o Brasil vai insistir em negociar com a administração de Donald Trump, mas que também vai procurar outros países e que conta com o auxílio do Congresso Nacional para amenizar os efeitos das taxas.
“O que nós vamos fazer é negociar. Nós vamos teimar em negociar, porque nós somos um país de paz. E sem dúvida alguma não merecíamos o que estamos sofrendo. Agora, podem ter certeza de que vamos fazer tudo para amenizar os efeitos das tarifas. Não queremos fazer nada que justifique a nossa relação com os Estados Unidos”, comentou Lula.
De acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o plano dará prioridade às menores companhias e a alimentos perecíveis. “A gente está pensando em ajudar as pequenas empresas, que exportam espinafre, frutas, mel e outras coisas. Empresas de máquinas. As grandes empresas têm mais poder de resistência. Acho que vai ser importante para a gente mostrar que ninguém ficará desamparado pela taxação do presidente Trump”, disse o presidente nesta terça-feira.
O pacote de medidas também busca preservar os empregos e ampliar os mercados alternativos para os setores afetados.
“Vamos cuidar dos trabalhadores dessas empresas, vamos procurar achar outros mercados para essas empresas. Estamos mandando a outros países a lista das empresas que vendiam para os Estados Unidos porque a gente tem um lema: ninguém larga a mão de ninguém.”
As medidas de ajuda virão por meio de crédito extraordinário ao Orçamento, recursos usados em situações de emergência fora do limite de gastos do arcabouço fiscal. Esse sistema foi usado no ano passado para socorrer as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Foco na indústria
O vice-presidente Geraldo Alckmin citou algumas novas medidas que serão implementadas pelo governo federal. “O presidente Lula orientou um conjunto de medidas, mas eu destacaria na indústria o Reintegra, que já existia e agora está sendo estendido para todas as empresas que exportam para os Estados Unidos”, explicou Alckmin pouco antes da assinatura feita pelo presidente Lula.
O programa Reintegra permite a devolução de até 3% do valor exportado. Para micro e pequenas empresas, que já participavam do programa, o percentual foi elevado para 6%. Ele também mencionou a suspensão, por um ano, do pagamento de tributos previstos no regime de drawback, que suspende ou elimina impostos sobre insumos importados para serem usados em produtos de exportação.
Segundo Alckmin, o governo fez uma grande audiência, ouvindo diversos setores produtivos do Brasil. “Ouvimos empresas brasileiras e companhias americanas radicadas aqui. Sabemos da injustiça que está acontecendo e sabemos que não há nenhum justificativa para essa medida”, argumentou.
Fonte: Correio do Povo