
A reunião de líderes da Assembleia Legislativa desta terça-feira instalou um sentimento pujante de descontentamento entre alguns deputados. Isso porque apesar da incomum a união entre bancadas de diferentes lados, um movimento uniu PSol e Novo tentou antecipar a votação do projeto do Executivo que estrutura a Secretaria das Mulheres, porém, líderes de partidos aliados ao governo e o PL foram contrários.
O condicionamento apresentado pelo líder do governo, Frederico Antunes (PP), foi o de que ou se votava todas as propostas do pacote de projetos enviado pelo Executivo antes do recesso parlamentar (incluindo o da Secretaria das Mulheres), ou nenhum iria à votação. Assim, o texto só deve entrar na pauta no início de setembro, no limite do regime de urgência.
A deputada Bruna Rodrigues (PCdoB), principal articuladora para o retorno da pasta e presidente da procuradoria da Mulher na Assembleia, lamentou a decisão, reforçando que a questão das mulheres, principalmente após os casos de feminicídios cada vez mais frequentes, é latente. Por isso, a necessidade de que os trabalhos na secretaria comecem a atuar o mais rápido possível.
Além disso, ela teme que a votação seja ainda adiada ainda mais, visto que que no início de setembro a Assembleia terá o ritmo de trabalho diminuído, sem sessões deliberativas, em função da Expointer. “Estão usando as mulheres de escudo”, criticou.
Os partidos que deram acordo para destacar ao projeto foram: PT, PCdoB, PSol, Republicanos, Novo e Podemos. Não deram acordo: PP, MDB, PL, PSD, PRD, PDT, PSDB e PRD.
Fonte: Flávia Simões / Correio do Povo