
Mesmo com variação inferior ao verificado no mês anterior, o índice de inadimplentes continua em alta no Rio Grande do Sul. Conforme levantamento de julho do SPC, disponibilizado pela Federação Varejista do RS, a variação foi de 1% em relação a julho do ano passado e de 0,16% na comparação mês a mês. Em junho, a variação anual havia sido de alta de 11,7% no volume de devedores no Estado.
A quantidade do endividamento dos gaúchos também aumentou, com variação de 9,08% no número de dívidas acumuladas em relação a 2024. Entre os devedores, 85,18% são considerados reincidentes (elevação de 5,73% no volume de consumidores que, durante 12 meses, não conseguiram quitar suas dívidas ou, após quitarem, voltaram ao cadastro ainda dentro dos últimos 12 meses).
O retrato das maiores dificuldades de crédito do consumidor é completado pela dificuldade em quitar as dívidas. Quando analisada a faixa etária de quem consegue recuperar crédito, por exemplo, 24,64% tinham entre 50 e 64 anos em julho – média etária superior ao verificado em levantamentos anteriores. Caiu em 10,02% o número de consumidores que conseguiram recuperar o crédito em julho deste ano.
TENDÊNCIA
A tendência de aumento no endividamento não é exclusiva do Rio Grande do Sul. Nacional e regionalmente, são observados crescimentos na variação percentual de inadimplentes acima do verificado no Estado. Em média, o consumidor gaúcho devia R$ 5.301,05 em julho e pagava, com a recuperação de crédito, em média, R$ 3.961,12. Conforme o levantamento do SPC, 68,95% dos inadimplentes deviam até R$ 1 mil, e 60% dos pagamentos de dívidas no mês foram também até este valor.
Tradicionalmente, os maiores credores das dívidas dos gaúchos são os bancos (em julho, 66,44% dos casos). Mas há uma mudança no perfil das dívidas, com a inadimplência maior no setor de comunicação (9,94%) do que no de comércio (9,92%), passando a ser o terceiro setor com maiores consumidores endividados no Rio Grande do Sul. Em média, cada devedor gaúcho acumula 2,250 dívidas, volume menor do que o observado na Região Sul do Brasil. A maior parte dos inadimplentes (36,74%) está no cadastro de inadimplentes entre um e três anos.