
Com o objetivo de propor e reforçar ações para mitigar os impactos da taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o comitê de crise instituído pelo Sistema FIERGS realizará duas reuniões nesta terça-feira,, 5, em sua sede, em Porto Alegre. A primeira, no início da tarde, com federações de trabalhadores, vai tratar do impacto da medida sobre os empregos. O estado conta com aproximadamente 1,1 mil indústrias que exportam para os EUA e empregam 140 mil pessoas nos ramos mais dependentes do mercado americano impactados pela elevação. Deste total, 20 mil empregos estão mais diretamente ameaçados. A FIERGS defende a adoção de medidas trabalhistas semelhantes às aplicadas durante períodos críticos, como a pandemia e as enchentes, incluindo a suspensão de contratos de trabalho, banco de horas e reativação do Programa Seguro-Emprego, com possíveis aperfeiçoamentos.
No final da tarde, juntamente com a diretoria da FIERGS, o comitê receberá o vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, o secretário do Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, e o subsecretário da Fazenda, Ricardo Neves. Entre as principais demandas direcionadas ao governo estadual, estão incentivos fiscais, como a liberação do saldo credor de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na exportação. A ampliação da linha de crédito de R$ 100 milhões, do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), anunciada pelo governo estadual, também está na pauta.
“A indústria gaúcha é uma das mais afetadas pelo impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos. O diálogo deve prevalecer por parte do governo brasileiro, sem retaliações. Em paralelo, medidas emergenciais para preservar os empregos e garantir a sobrevivência das empresas exportadoras são urgentes e devem ser prioridade das autoridades. É isso que iremos debater com os sindicatos e com as autoridades”, afirma o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier.
A tarifa americana, que entra em vigor na quarta-feira (6), afeta especialmente o Rio Grande do Sul, mesmo após a lista de isenções anunciada pelo governo Trump. Segundo levantamento realizado pela Unidade de Estudos Econômicos do Sistema FIERGS, cerca de 85% dos produtos gaúchos hoje exportados para os EUA estarão sujeitos à taxação.