
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi recebido pela Polícia Federal ao chegar em Brasília nesta segunda-feira (4) e deverá usar tornozeleira eletrônica, conforme ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O parlamentar viajou para os Estados Unidos contrariando uma decisão judicial que determinava a apreensão do seu passaporte. Apesar da determinação, ele embarcou utilizando um passaporte diplomático que ainda estava em sua posse.
O R7 entrou em contato com a assessoria do senador, e aguarda resposta. O espaço permanece aberto.
Marcos do Val está sob investigação por ter publicado nas redes sociais conteúdos críticos aos policiais federais envolvidos na apuração da suposta trama golpista. A partir dessa investigação, em agosto de 2024, o ministro Alexandre de Moraes ordenou a apreensão do passaporte do senador e o bloqueio de suas redes sociais.
Relembre
No dia 24 de julho, o senador confirmou que estava nos Estados Unidos. Em um perfil nas redes, o parlamentar declarou que utilizou passaporte diplomático para conseguir entrar no país governado por Donald Trump.
O passaporte comum foi bloqueado por ordens do STF em agosto do ano passado. A conta do senador na rede social está bloqueada no Brasil por ordem do ministro Alexandre de Moraes, mas pode ser acessada do exterior.
Na foto que acompanhava a publicação, o senador pelo Espírito Santo aparece segurando o passaporte diplomático brasileiro, que tem a cor vermelha, e, na outra mão, um passaporte similar ao utilizado por cidadãos americanos.
“Hoje estou aqui, nos Estados Unidos”, escreveu. “Na mesma semana em que Alexandre de Moraes teve seu visto suspenso pelo governo americano — um fato que trará graves consequências diplomáticas e pessoais para ele e sua família —, os Estados Unidos tomaram outra atitude. Reconheceram, reafirmaram e ampliaram minha função diplomática. E mais: me acolheram oficialmente como cidadão americano”, continuou Do Val.
Operação Disque 100
Marcos do Val teve o passaporte retido pelo STF na Operação Disque 100, sob a suspeita de integrar um grupo que promovia ataques nas redes sociais contra agentes da Polícia Federal que atuam em inquéritos junto ao STF. Na ocasião, Moraes determinou a prisão preventiva dos blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, mas as ordens não foram cumpridas por eles viverem nos Estados Unidos e na Espanha, respectivamente.
A decisão sobre Do Val foi confirmada pela Primeira Turma do STF em fevereiro. Desde então, ele recorreu duas vezes ao colegiado na tentativa de reaver o documento, mas ambos os pedidos foram negados — o último deles em março.
Portal R7