
A ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que implementa uma tarifa de 40% sobre os produtos importados do Brasil que, somado aos 10% já implementados, chega a 50%. Com a decisão, as taxas entrarão em vigor em sete dias para uma lista de quase 700 exceções, com itens que ficarão de fora da taxação. Dentre os itens, estão artigos de aeronaves civis; produtos de ferro, aço, alumínio e cobre; fertilizantes e suco de laranja.
“Alguns itens de importantes setores da relação comercial brasileira com os EUA ficaram de fora. Ainda assim, a tendência é de que observemos um impacto negativo para o Produto Interno Bruto (PIB) através de dois canais: redução das exportações e a imprevisibilidade pesando sobre as decisões de investimento dos agentes econômicos. A magnitude e a duração dos efeitos são incertos, pois dependem dos próximos passos: haverá uma escalada do conflito? Um acordo? Depois de quanto tempo?”, questiona Oscar Frank, economista da CDL Porto Alegre.
Para o analista da plataforma Investing.com, Leandro Manzoni, as tarefas anunciadas, no primeiro momento, trouxe uma pequena aversão ao risco. Quando foi divulgada a lista de isenções, o mercado virou aqui, com o Ibovespa saindo do negativo e subindo com grande destaque para as ações da Embraer.
“Parte de aeronaves foram isentas, então isso foi excepcional para o papel da fabricante de aeronaves. Os investidores estão monitorando os impactos ainda, porque está tudo muito na especulação, não tem investimentos em ações ou em outros ativos financeiros baseados em fundamentos, ainda está puro no sentimento mesmo especulativo”, diz.
Isso se reflete na posição do presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão Bastos. Para ele, o segmento vai agora esperar os impactos do tarifaço, para ver se altera ou não a projeção para o setor.