
A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, a quinta do ano, vai vivenciar uma encruzilhada. Depois de sinalizar pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, o encontro desta terça, 29, e quarta-feira, 30, (30) para discutir o cenário econômico brasileiro e mundial e decidir os juros para os próximos meses.
No último encontro, o Copom elevou a Selic de 14,75% para 15% a ao ano e sinalizou que interromperia as seguidas elevações que aconteciam desde setembro de 2024 para analisar os impactos acumulados do ciclo. O colegiado enfatizou que seguiria “vigilante”. A principal dúvida sobre o futuro será definir se incorpora as consequências da tarifa de 50% sobre exportações brasileiras prometida pelo presidente dos EUA, Donald Trump a partir da próxima sexta-feira, 1º, e a adoção do patamar 2 nas contas de luz de agosto. Isso representará um aumento da inflação?
Caso a tarifa se confirme, há uma série de dúvidas sobre os preços no Brasil. Economistas consideram a possibilidade que o tarifaço de Donal Trump elevaria o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 0,4 ponto percentual. Ainda em junho, quando elevou a Selic de 14,75% para 15% ao ano, o colegiado do Banco Central (BC) já tinha afirmado que o “cenário de maior incerteza segue apresentando riscos mais elevados do que o usual tanto de alta quanto de baixa para o cenário de inflação”. Autoridades monetárias de todo o planeta têm destacado em seus comunicados oficiais as dificuldades para avaliar qual o impacto das tarifas de Trump sobre a inflação em seus respectivos países.
A última sexta-feira, 25, trouxe um alívio para o Copom. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de julho, embora com números que indicam uma inflação menos pressionada, pouco muda o cenário traçado pelo colegiado do BC para trazer a inflação à meta.