
O Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), elaborado pela Fipe com base em dados transacionais da Bionexo, indicou uma queda de 0,92% nos preços dos medicamentos hospitalares em junho, ampliando o movimento de retração dos preços observado no mês anterior (-0,79%). No acumulado do primeiro semestre de 2025, o índice registrou um aumento de 3,59% – resultado acima da inflação acumulada na primeira metade do ano, medida pelo IPCA (+2,99%) e pelo IGP-M (-0,94%).
Por outro lado, os dois últimos resultados mensais do IPM-H contribuíram para uma desaceleração dos preços dos medicamentos para hospitais em horizontes mais longos – de uma alta acumulada de 5,03% nos 12 meses encerrados em abril, para 2,72% nos 12 meses encerrados em junho. Para Rafael Barbosa, CEO da Bionexo, “a nova queda apontada pelo IPM-H evidencia a importância da transparência e previsibilidade de custos na saúde. Dados confiáveis ajudam hospitais a tomar decisões mais estratégicas em um cenário de pressão orçamentária.”
Na avaliação de Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe, “embora uma acomodação dos preços dos medicamentos já fosse esperada em razões da conhecida sazonalidade do IPM-H, é provável que fatores macroeconômicos conjunturais tenham colaborado para intensificá-la e torná-la mais abrangente nos últimos dois meses. Entre eles, é possível mencionar o movimento de apreciação da moeda brasileira frente ao dólar americano nos últimos meses, bem como o arrefecimento de diversos preços no Brasil e no mundo – fatores que impactam direta e indiretamente os custos de comercialização e transporte dos produtos transacionados neste mercado.”
MAJORAÇÃO NEGATIVA
Entre os grupos terapêuticos que compõem a cesta de cálculo do IPM-H, as variações mensais nos preços foram majoritariamente negativas, abrangendo: sistema nervoso (-2,50%); aparelho digestivo e metabolismo (-2,20%); sistema musculoesquelético (-1,78%); preparados hormonais (-1,47%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (-1,37%); aparelho cardiovascular (-1,18%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-0,88%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-0,63%); agentes antineoplásicos (-0,62%); e aparelho respiratório (-0,02%). Já os aumentos de preço, diferentemente, foram identificados em apenas dois grupos terapêuticos que são considerados no cômputo do índice: aparelho geniturinário (+1,47%) e órgãos sensitivos (+0,97%).
No balanço do 1º semestre de 2025, o avanço médio dos preços de medicamentos aos hospitais desacelerou para 3,59%, em comparação com períodos anteriores. A variação captada pelo IPM-H nesse recorte temporal é o resultado líquido dos aumentos de preço observados em: imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+20,07%); aparelho geniturinário (+5,55%); preparados hormonais (+5,51%); aparelho respiratório (+1,66%); agentes antineoplásicos (+1,63%); órgãos sensitivos (+0,63%); e das quedas apuradas em: sistema nervoso (-3,62%); sistema musculoesquelético (-2,97%); aparelho cardiovascular (-2,54%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-1,62%); aparelho digestivo e metabolismo (-1,62%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-0,96%).
Considerando os últimos resultados mensais, o IPM-H registrou uma alta de 2,72% nos últimos 12 meses encerrados em junho, desacelerando em relação às variações apurados nos últimos 12 meses encerrados em abril (+5,03%) e maio (+3,84%). Nesse horizonte expandido, os seguintes grupos terapêuticos registraram aumentos de preço: imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+23,77%); aparelho digestivo e metabolismo (+8,39%); aparelho geniturinário (+6,30%); preparados hormonais (+3,45%); e agentes antineoplásicos (+0,69%). As quedas de preço, por sua vez, abarcaram os grupos: sistema musculoesquelético (-10,16%); aparelho cardiovascular (-7,68%); sistema nervoso (-7,00%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-5,49%); órgãos sensitivos (-2,58%); aparelho respiratório (-2,18%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-1,13%).