As saídas líquidas dos fundos de investimento desaceleraram em maio, somando R$ 14,1 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). O volume representa uma melhora em relação a abril, quando os resgates líquidos alcançaram R$ 50,6 bilhões. No acumulado de 2025, o saldo permanece negativo, com os fundos registrando retiradas líquidas de R$ 78,3 bilhões. Já o patrimônio líquido da indústria fechou maio em R$ 9,7 trilhões.
Os fundos multimercados foram os principais responsáveis pelas saídas no mês, com captação líquida negativa de R$ 16,2 bilhões. O valor, no entanto, é inferior ao registrado em abril, no montante de R$ 20,8 bilhões. No ano, a categoria acumula resgates líquidos de R$ 79,2 bilhões. Dentro desse grupo, os fundos do tipo Livre (que não seguem uma estratégia específica) lideraram as retiradas, com R$ 7,4 bilhões.
Os fundos de ações também tiveram saídas líquidas em maio, de R$ 3,4 bilhões, ante R$ 7,7 bilhões em abril. “A desaceleração nos resgates pode indicar que os investidores estão, gradualmente, com mais apetite para ativos de maior risco, diante da boa performance da bolsa até o momento. Isso têm impulsionado os retornos dos fundos de ações e multimercados”, afirma Pedro Rudge, diretor da ANBIMA.
Os fundos de renda fixa, que no ano passado se beneficiaram significativamente da alta dos juros, registraram saídas líquidas de R$ 1,4 bilhão em maio — uma desaceleração em relação aos R$ 21,1 bilhões registrados em abril. Dentro da categoria, os fundos do tipo Duração Livre Crédito Livre — que podem alocar mais de 20% da carteira em títulos de crédito de médio e alto risco, no Brasil ou no exterior — concentraram os maiores resgates, com saídas líquidas de R$ 12,1 bilhões.
RENTABILIDADE
Apesar do cenário geral de resgates, algumas categorias apresentaram captação líquida positiva em maio. Os FIPs (Fundos de Investimento em Participações) lideraram os aportes, com entradas líquidas de R$ 2,6 bilhões, seguidos pelos ETFs (fundos de índice), com R$ 2,2 bilhões. Também tiveram saldo positivo os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), com R$ 1,4 bilhão, os fundos de previdência, com R$ 418 milhões, e os fundos cambiais, com R$ 314,2 milhões.
Na categoria de renda fixa, os fundos do tipo Duração Média Crédito Livre registraram o melhor desempenho do mês, com rentabilidade de 1,21%. Entre os multimercados, todos os tipos apresentaram retorno positivo, com destaque para os Long & Short neutro, que operam com posições compradas e vendidas em ações. Esses fundos entregaram ganho de 5,29% em maio.
Já na categoria de ações, apenas os FMP-FGTS — que investem com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço — fecharam o mês no vermelho. Entre os demais tipos, o melhor desempenho foi obtido pelos fundos de ações setoriais, que avançaram 15,86% no período.