Lula volta a pedir que Macron ‘abra o coração’ e destrave acordo Mercosul-UE

Brasil vai assumir a presidência rotativa do Mercosul nos próximos meses; Lula defendeu que acordo seria uma resposta a Trump

Presidente também citou cita a 'vergonha' do comércio mundial atual Ricardo Stuckert / PR - 05.06.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a mostrar confiança neste sábado (7) na assinatura de um acordo entre Mercosul e União Europeia sob a gestão do Brasil. “Estou convencido de que até eu deixar a presidência do Mercosul nós vamos ter esse acordo assinado, com todo mundo sorrindo”, disse a jornalistas em Paris.

O Brasil vai assumir a presidência rotativa do Mercosul nos próximos meses, mas alguns países europeus, sobretudo a França, têm mostrado resistência ao acordo. O chefe do executivo brasileiro também reafirmou que pediu ao presidente da França, Emmanuel Macron, que “abra seu coração ao Brasil” para assinar o acordo comercial entre os blocos.

“A França não tem nenhum melhor amigo na América do Sul que o Brasil e o Brasil não tem outro melhor amigo na Europa que não seja a França. Porque dois amigos não podem fazer um acordo?”, questionou Lula. “Se tiver problemas, vamos sentar numa mesa conversar e acabar com isso”, defendeu Lula.

Para Lula, o acordo entre Mercosul e União Europeia seria uma resposta ao presidente Donald Trump. “Vamos mostrar que o multilateralismo vai sobreviver”, defendeu o presidente.

Lula ressaltou ainda o compromisso de investimento de US$ 100 bilhões ao longo dos próximos cinco anos das 15 maiores empresas francesas no Brasil. “Não sei quando estou gastando, porque não sou eu que não cuido disso, mas sei quanto estou levando de volta ao Brasil”, afirmou. “Isso é muito relevante para um país que precisa deixar de ser pequeno e se colocar como grande”, defendeu Lula.

O presidente afirmou ainda que foi dizer ao presidente da França Emmanuel Macron, que é uma “vergonha” o fluxo comercial de US$ 9 bilhões entre os países. “Acho que o Brasil, de vez em quando se comporta em relação aos países europeus como se fôssemos colonizados ainda e subservientes”, criticou.