Negócio de R$ 130 milhões marca nova fase entre clube e estádio, mas exigirá mais do que otimismo para dar certo.

A frase “não existe almoço grátis” sempre será lembrada ou proferida quando alguém, por exemplo, doa cerca de 130 milhões — seja para quem for. É lógico que até gremistas querem saber se haverá alguma contrapartida na compra da dívida e na gestão da Arena, agora cedida ao Grêmio pelo empresário Marcelo Marques.
Ao que consta — e vimos na coletiva de exposição do processo — será isso mesmo. O empresário do ramo da panificação passará a gestão e as escrituras do equipamento até o final do ano. Desde já, promete uma co-gestão com o clube.
Desconfianças à parte, trata-se de um momento histórico para o Tricolor. A relação com a Arena ia além de dívidas e divergências. O descumprimento de melhorias no entorno, a operação e os serviços oferecidos já beiravam o constrangimento para o clube e seu torcedor. Além de “consumir” um estádio melhor, cria-se a esperança de mais dinheiro para investimentos na atividade-fim do Grêmio: o futebol.
Agora vem a parte chata. Esta onda de entusiasmo que passa pelo clube, torcida — ou seja, o ecossistema Grêmio — precisa ser muito bem aproveitada. O gramado não poderá mais ser motivo para desculpas esfarrapadas. Os preços dos ingressos e o tratamento ao torcedor têm que contemplar o amor e o desprendimento da torcida. Por fim, o time que entra em campo precisará ter mais qualidade.
Se tudo isso for bem administrado, o clube irá se fortalecer — e o apoio dos gremistas, aumentar. Veremos já no próximo dia 23, com um grande público, diante do Alianza Lima. Com os mesmos jogadores, por enquanto.