
A votação do projeto do governo relativo à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), nesta terça-feira, no plenário da Assembleia, promete ser marcada por fortes embates. Além da retomada de pautas que há anos estão no cenário, como a composição da conta para atingir os mínimos constitucionais em saúde e educação, as discussões irão representar ainda o primeiro embate direto sobre as eleições de 2026 e os programas que estarão disputando o governo gaúcho.
Líder da bancada do PT na Assembleia, Miguel Rossetto antecipa a linha de investidas da oposição à esquerda. Ele cita que mesmo não pagando o serviço mensal da dívida, vendendo estatais e não aplicando os mínimos constitucionais, o governo encaminhou ao legislativo uma LDO com déficit estimado de R$ 3,6 bilhões para 2026.
As dúvidas em relação à proposta do Executivo não ficarão restritas à oposição à esquerda e à direita. O deputado Tiago Simon, do MDB, partido do vice-governador Gabriel Souza, reconheceu que há necessidade de esclarecimentos e que a previsão de déficit gerou estranheza e pegou aliados de surpresa.
“Seria hipocrisia se eu dissesse que a previsão de déficit não causou surpresa e estranheza entre deputados da base”, disse. O emedebista está buscando informações junto ao governo e ponderou, no entanto, que o cenário no Rio Grande do Sul, especialmente após as enchentes, é complexo, o que se reflete na proposta da LDO.
O governador Eduardo Leite (PSD) tem maioria na Assembleia, mas, cada vez mais, em função da proximidade das eleições, as dissidências vêm sendo ampliadas. Em alguns casos, bancadas aliadas praticamente inteiras estão exercendo papel de oposição, como no debate da nova proposta do Bloco 2 de concessões.
Semana movimentada no Parlamento
A semana vai ser movimentada na Assembleia. Além da votação da proposta da LDO pelo plenário, nesta terça-feira à tarde, no mesmo dia, pela manhã, um grupo de secretários participará da reunião de líderes, às 10h30.
Os secretários da Casa Civil, Artur Lemos, da Reconstrução, Pedro Capeluppi, do Planejamento, Danielle Calazans, e o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, irão prestar esclarecimentos sobre as medidas adotadas em relação às enchentes e às obras de reconstrução.
Já na quinta-feira, também com a presença de integrantes do primeiro escalão, será realizada audiência pública, na Comissão de Serviços Públicos, sobre a nova proposta do Executivo, do Bloco 2 de concessões.
Fonte: Taline Opitz/Correio do Povo