O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 1,80% em junho. No mês de maio, a taxa caíra 0,85%. Com este resultado, o índice acumula queda de 1,76% no ano e alta de 3,83% em 12 meses. Em junho de 2024, o IGP-DI havia registrado alta de 0,50% e acumulava alta de 2,88% em 12 meses. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV\Ibre).
“As matérias-primas brutas explicam a queda da taxa de variação do IPA, índice de maior peso no IGP-DI. O café, por exemplo, vem registrando quedas expressivas nos preços ao produtor, o que já começa a impactar os preços no varejo, inicialmente apresentando desaceleração mais acentuada. Da mesma forma, as quedas expressivas do minério de ferro, insumo básico na produção de aço, têm ocasionado repasses menores nos materiais metálicos para estruturas no INCC.”, destacou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
PREÇOS AO PRODUTOR
Em junho, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 2,72%, aprofundando a queda em sua taxa em comparação à registrada no mês anterior, de -1,38%. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais caiu 0,88% em junho, invertendo o comportamento em relação ao mês anterior, quando havia registrado alta de 0,48%. Em movimento similar, o índice de Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, recuou de 0,74% em maio para -0,46% em junho.
A taxa do grupo Bens Intermediários registrou queda de 1,24% em junho, após cair 0,95% em maio. O índice de Bens Intermediários (ex), que exclui o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 1,26% em junho, queda mais forte que a observada em maio, quando registrou taxa de -0,57%. Por fim, o estágio das Matérias-Primas Brutas intensificou a queda para 4,95% em junho, após cair 2,86% em maio.
PREÇOS AO CONSUMIDOR
Em junho, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou taxa de 0,16% apresentando desaceleração em relação ao mês anterior, quando o índice subiu 0,34%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis apresentaram recuo nas suas taxas de variação: Alimentação (0,29% para -0,19%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,59% para -0,02%), Habitação (0,98% para 0,57%), Transportes (0,02% para -0,15%), Despesas Diversas (0,44% para 0,05%) e Vestuário (0,56% para 0,31%). Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,71% para 1,03%) e Comunicação (-0,34% para -0,07%) apresentaram avanço em suas taxas de variação.
CONSTRUÇÃO
Em junho, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,69%, superior à taxa de 0,58% observada em maio. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se movimentações distintas nas suas respectivas taxas de variação na transição de maio para junho: o grupo Materiais e Equipamentos inverteu sua variação de -0,27% para 0,12%; o grupo Serviços acelerou de 0,45% para 1,26%; e o grupo Mão de Obra recuou de 1,68% para 1,32%.
O Núcleo do IPC registrou taxa de 0,32% em junho, abaixo do resultado do mês anterior, de 0,36%. Dos 85 itens componentes do IPC, 40 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 28 apresentaram taxas abaixo de 0,03%, linha de corte inferior, e 12 registraram variações acima de 0,55%, linha de corte superior. O Índice de Difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 50,97%, 9,68 pontos percentuais abaixo do registrado em maio, quando o índice foi de 60,65%.