
Com nariz de palhaço, faixas e cartazes, um grupo de mais de 100 moradores dos bairros Fátima e Rio Branco protestou na manhã deste sábado pedindo por maior celeridade na liberação de verba e realização de obras para evitar novas cheias em Canoas. O ato foi realizado na avenida Guilherme Schell, em frente a um centro de distribuições, e buscava também chamar a atenção de quem passava pelo local para as reivindicações dos moradores.
A manifestação foi acompanhada pela Brigada Militar e pela Guarda Municipal de Canoas. De acordo com Cláudia Burtet, moradora da região e presidente do grupo SOS Fátima Rio Branco, além da liberação de recursos e realização das obras, é preciso criar uma comissão civil para a fiscalização da aplicação da verba. Ela ressalta ainda que parte dos moradores sofreram psicologicamente com mais uma enchente.
“Esses últimos dias foram um inferno astral na vida de todos aqui. Hoje somos quase mil famílias no SOS e o movimento está crescendo também para outros bairros. Precisamos que o governador (Leite) libere as verbas. Queremos que ele tenha a sensibilidade para agilizar. Nesta última chuva, que nem foi tanta, algumas famílias precisaram sair para abrigos pois a água entrou nas casas. O que está sendo feito é só paliativo”, afirmou Cláudia.
Entre as faixas apresentadas, uma continha a mensagem “Governador: as águas levaram tudo. Não leve também a nossa esperança”. O grupo pede, além da limpeza da rede pluvial, a liberação de recursos do Governo do Estado para a elevação dos diques e melhorias nas casas de bombas. “É desesperador conviver com a incerteza. As pessoas não dormem mais. Ficamos horas na madrugada monitorando os rios. O poder público precisa ter essa sensibilidade, por isso organizamos este ato ordeiro”, completou.
No final de junho, o governador Eduardo Leite e o prefeito de Canoas, Airton Souza, participaram de uma reunião para tratar do avanço dos projetos para recuperação dos sistemas de contenção de cheias na cidade, que resultou na identificação de aproximadamente R$ 200 milhões em projetos que já estão aptos para seguirem para aprovação no comitê gestor do Plano Rio Grande. A definição e a liberação do recurso pode ocorrer ainda em julho.
Entretanto, ao governo do Estado, a prefeitura de Canoas estimou que o custo de todos os projetos apresentados possa totalizar cerca de R$ 500 milhões. Procurada, até o momento a administração não se manifestou sobre o protesto realizado por moradores dos bairros Fátima e Rio Branco.
Correio do Povo