
O projeto “Igba Awo”, de Nina Fola e Thiago Pirajira, volta ao Espaço Marcelina (rua do Parque, 213, São Geraldo) para mostrar o resumo de sua trajetória, em apresentação aberta hoje, às 20h, com entrada franca
Com a ideia de valorizar o processo criativo, “Igba Awo” abriu seus encontros ao público, que puderam acompanhar o passo a passo da criação de uma obra. Depois de um mergulho de seis meses, onde Nina Fola, Thiago Pirajira e um grupo de artistas se debruçou sobre a criação propriamente dita, “Igba Awo” emerge e mostra ao público sua síntese. “Durante toda essa trajetória, mostramos as etapas de uma criação artística, em ensaios abertos (ativações), porque Igba Awo se trata disso, tem o enfoque na criação, para além do resultado final”, afirma Pirajira. Hoje, o projeto faz a síntese dos meses trabalhados. “O grupo se volta ao todo e faz escolhas, flertando com a ideia do que ficou desse processo, pensando em aprimoramento, lapidando ideias e trazendo uma ideia de construção”, completa.
O projeto foi pensado para mostrar um processo: a criação e a experimentação de um grupo de artistas em torno de um tema que passa pelo sentimento sobre a resistência social e cultural negra-africana, a importância das mulheres negras, das palavras e poesias, das músicas e sons, dos pensamentos e estratégias que construíram e que promovem espaços de ampliação da humanidade negra frente ao mundo antinegro. Embasado nas musicalidades negro-africanas, em formato de processo aberto, “Igba Awo” é um espetáculo performativo e sonoro protagonizado por Nina Fola, mulher negra, cantora, compositora, atriz, socióloga, e assinado por ela, em conjunto com Thiago Pirajira, diretor, ator e professor da UFPel. No centro da cena está a cabaça, e a ela é dada a importância do lugar mitológico africano como “ventre do mundo”, um objeto que guarda segredos (Awo), instrumento que possibilita o acesso à comida e à água e que pode ser uma caixa amplificadora de sons.
Fonte: Correio do Povo