
Uma facção com base no bairro Restinga, no extremo Sul de Porto Alegre, é alvo da Operação Costa Nostra, deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Civil. A ofensiva soma a execução de 143 ordens judiciais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, onde a quadrilha mantém um esquema milionário de ocultação de valores ilícitos.
As diligências são coordenadas por agentes da Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro, vinculada ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Com foco em minar as finanças do bando, a PC não solicitou à Justiça autorização para efetuar prisões.
Em solo gaúcho, mandados de busca e apreensão ocorrem na Capital e em Gravataí, Capão da Canoa e Tramandaí. O restante dos trabalhos, no estado vizinho, acontece em Camboriú, Porto Belo e Palhoça.
O delegado Rodrigo Pohlmann, que comanda a operação, destaca que o grupo criminoso concentra investimentos no litoral catarinense. De acordo com a investigação, a gangue adquiriu uma pousada no valor de R$ 5 milhões, em Porto Belo, com objetivo de maquiar lucros oriundos do tráfico de drogas.
Localizado na Praia do Caixa d’Aço, o residencial funcionou normalmente durante todo o ano passado. Nos últimos meses, o empreendimento passa por obras de reforma, mas os serviços de hospedagem continuam em oferta nas redes sociais.
“Nossa operação provavelmente vai resultar em outras ações contra os mesmos investigados. No momento, o foco é descapitalizar o grupo criminoso. Isso porque, quando combatemos a lavagem de dinheiro e atacamos a capacidade econômica das facções, por consequência também impedimos a compra de armas e o financiamento de homicídios”, explica Rodrigo Pohlmann.
Ainda no litoral de Santa Catarina, conforme o delegado, um dos líderes da facção mora em uma casa avaliada em R$ 3 milhões. Além disso, o suspeito e seus comparsas também gerenciam empresas no ramo de lavagem automotiva e, somado a isso, chegaram a abrir um restaurante. Não é descartado que outros imóveis tenham sido adquiridos para fins de branquear capitais.
“Já estamos trabalhando para identificar outras ramificações do esquema, ou seja, a investigação vai continuar nos próximos meses. Suspeitamos que o grupo criminoso tenha adquirido outros imóveis em SC, sempre na intenção de esconder o dinheiro do tráfico de entorpecentes”, conclui Pohlmann.
Foto: Correio do Povo