O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avalia que o processo de elevação dos juros, promovido nos últimos meses para conter a inflação, já tem contribuído e seguirá contribuindo para a moderação de crescimento. Apontou o mercado de trabalho como sendo afetado pelo impacto da elevação da taxa básica de juros.
A análise faz parte da ata da última reunião do Copom divulgada nesta terça-feira, 13, pela autoridade monetária, que definiu pelo aumento da taxa básica de juros na última quarta-feira, 7, de forma unânime, de 14,25% para 14,75% ao ano — um aumento de 0,5 ponto percentual. Com isso, a taxa chega ao maior nível desde julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando a taxa era de 15,25% ao ano.
Na ata sobre a decisão, os diretores ressaltam o compromisso de devolver a inflação para o centro da meta. Ainda assim, os próximos passos permanecem incertos, devido a um “cenário de elevada incerteza”. A autoridade monetária afirma que a decisão pela sexta alta consecutiva da taxa básica de juros da economia é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.
Desta vez, ao contrário das últimas reuniões, o Banco Central não deu indicações de que deve continuar subindo a taxa Selic. “Com relação à próxima reunião, o Comitê avaliou que o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”. O BC informou apenas que se manterá vigilante e a “calibragem” (ritmo) do aperto monetário apropriado (alta do juro) seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação para as metas.