‘Vai demorar mais tempo do que muitos possam imaginar’ afirma vice-governador sobre obras de contenção de cheias

Em entrevista, Gabriel Souza explicou que estruturas dessa magnitude demandam projetos estruturados e tempo para execução

Foto: Rodrigo Ziebell / Palácio Piratini

Há um ano da maior tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul, o vice-governador Gabriel Souza admitiu que as obras de contenção de cheias ainda estão longe de terem início. “Nós gostaríamos que não durasse tanto tempo, mas a verdade é que vai demorar um tempo a mais do que muitos possam imaginar ou do que nós precisamos”, afirmou em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba.

Isso ocorre, em partes, pela complexidade dos empreendimentos, que necessitam de projetos muito estruturados e, quando saem do papel, devido a sua magnitude, demandam tempo para serem efetuados em sua totalidade.

Gabriel ainda aproveitou para responder às críticas vindas de Brasília, diante da disputa de narrativas que o Piratini vem travando sobre os recursos destinados ao RS para as enchentes. “Esse papo do governo federal de que o Estado não fez projeto é narrativa política”, afirmou.

Ele argumentou ainda que, aquilo que é possível fazer de forma mais célere para lidar com as tragédias, como a aquisição de radares meteorológicos; equipamentos para monitorar o clima; um sistema novo de alerta para população e a melhora dos equipamentos para as forças de segurança, por exemplo, está sendo feito.

Futuro político

Com a ida do governador Eduardo Leite (PSDB) para o PSD dada como certa e, com isso, a sua possível renúncia, em março de 2026, para disputar as eleições, Gabriel assume oficialmente o cargo de sucessor natural do governo. Missão essa que ele já declarou estar preparado. “Vice-governador tem sempre que estar preparado para assumir o governo e eu estou sim. Conheço o governo, sei o que está acontecendo. Conheço o governo e as figuras que o tocam”, afirmou.

No último final de semana, o vice-governador recebeu apoio declarado do PP por meio da deputada estadual Silvana Covatti (PP) e do ex-secretário Vilson Covatti. A manifestação causou cizânias no partido e não são um indicativo confirmado de que o partido deverá estar junto do vice, mas significa que movimentações estão sendo feitas.