Estudo mostra que 10% das árvores do Centro Histórico e 4º Distrito de Porto Alegre morreram durante as enchentes

Ciclo de palestras Reconstrução, resiliência e superação, promovido pela Smamus - Foto: Camila Cunha

Um estudo inédito realizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) de Porto Alegre e apresentado nesta quarta-feira mostrou que 71,6%, ou 4.449 das 6.285 árvores de diferentes espécies existentes em vias e praças do Centro Histórico e região do 4º Distrito ficaram por algum período submersas durante as enchentes de maio de 2024, e 10,4% foram classificadas como mortas devido à falta de oxigenação nas raízes e troncos. Outras 5,9% estavam em condições ruins e 78,4% apresentaram estado bom ou regular.

Os dados foram apresentados durante o último dia do Ciclo de Palestras da Semana da Superação e da Solidariedade de Porto Alegre, em evento com a presença do prefeito Sebastião Melo. “A vegetação mais afetada pela enchente era de menor porte, com até nove metros de altura e diâmetro à altura do peito inferior a 40 cm, demonstrando maior vulnerabilidade ao longo período em que permaneceram submersos”, disse a coordenadora de Arborização Urbana da Smamus e coordenadora do estudo, Verônica Riffel.

“Identificamos que os fatores determinantes para a resistência foram a altura e o diâmetro do tronco. As árvores maiores, em função de suas raízes mais profundas, conseguiram manter-se sadias e estáveis durante o período”, concluiu. O estudo aponta ainda que 80% das árvores em pior estado estavam no sistema viário e que tanto espécies nativas (47,5%) como exóticas (52,5%) sofreram com o longo período submersas.

O objetivo do estudo, conforme a Smamus, é compreender como a vegetação urbana reage aos eventos climáticos extremos para definir políticas públicas capazes de garantir a preservação das espécies na cidade. “Sabemos do papel fundamental que a arborização tem na adaptação climática e mitigação de gases de efeito estufa. Por isso, usamos a tecnologia para compreender como as espécies se comportam para agirmos de forma assertiva e garantir a sobrevivência das espécies”, explica o secretário do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm.

O evento desta quarta também contou com a presença de jornalistas e demais autoridades, que expuseram suas experiências a respeito da resiliência após as históricas inundações.