As emergências de Porto Alegre mais uma vez estão superlotadas nesta terça-feira, conforme o Dashboard das Emergências da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Nos hospitais de alta complexidade, a Santa Casa de Misericórdia apresenta nesta manhã 218% de ocupação em seus leitos adultos, com 61 preenchidos para 28 operacionais. Já no Hospital de Clínicas (HCPA), a taxa de lotação é de 211%, com 46 em operação e 97 ocupados.
O São Lucas da PUCRS e o Hospital Conceição também têm ocupação superior a 100%. Os leitos pediátricos do Hospital Restinga e Extremo-Sul estão 67% ocupados, com oito dos 12 operacionais em uso. O hospital em questão está com a emergência restrita a partir desta terça até o próximo dia 6 de maio, para limpeza periódica dos dutos de ar-condicionado, conforme normativa da Vigilância Sanitária de Porto Alegre. Nos quatro pronto atendimentos (PAs) clínicos, a situação é ainda mais crítica.
Em todos, a lotação é maior do que 180%, com destaque negativo para a UPA Moacyr Scliar, com ocupação de 306%, sendo um terço dos pacientes de fora de Porto Alegre. Na Cruzeiro do Sul, havia 225% de lotação, enquanto na Bom Jesus e Lomba do Pinheiro, havia o mesmo percentual de 192%. Observando somente os leitos adultos no PA da Bom Jesus, havia ocupação de 342,8%, ou 24 solicitações de internação para sete camas disponíveis.
As causas são variadas, ainda conforme o dashboard da Prefeitura, com origens respiratórias, na Bom Jesus, e atendimentos de gastroenteorologia, na Moacyr Scliar e Lomba do Pinheiro. Está marcada para esta quarta-feira a primeira reunião interna da Secretaria Estadual da Saúde (SES) que busca dar seguimento ao projeto de repasse ao Estado da gestão plena da saúde na Capital, com a SES assumindo os contratos dos hospitais de alta e média complexidade, recebendo para isto os recursos do chamado Teto MAC, do Ministério da Saúde.
Foi a solução levantada na semana passada após reunião do governador Eduardo Leite com o prefeito Sebastião Melo e cerca de dez prefeitos da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal). A medida, que visa pôr fim à superlotação nas unidades de saúde, recebeu na ocasião aprovação imediata de Melo e intenção de aprovação por parte dos demais chefes do Executivo.