
Os produtos típicos de São João apresentaram uma deflação de 0,8% na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) no acumulado de 12 meses até maio de 2025. Conforme a assessoria econômica da CDL Porto Alegre há uma mudança de tendência em relação ao crescimento de +3,9% verificado no mesmo período do ano passado. O desempenho, obtido através dos dados brutos do IPCA do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse movimento é o oposto do verificado no índice cheio local, que passou de +3,8% para +4,7%. Já no âmbito nacional, a cesta junina recuou de +5,7% para +1,4%.
O levantamento considerou ao todo 20 itens tradicionalmente demandados durante as festividades juninas. A metodologia foi inspirada no trabalho da FGV e adaptada à realidade local. Entre os produtos que mais pressionaram para cima o índice na região estão o chocolate em barra/bombom (+27,0%), refrigerante/água mineral no domicílio (+6,0%) e o ovo de galinha (+11,5%). No caso do chocolate, o aumento foi impulsionado pela valorização internacional do preço do cacau.
Já os ovos refletiram a queda de produtividade das aves, provocada pelo calor excessivo no último verão, e o crescimento das exportações para os Estados Unidos, que enfrentaram surtos de gripe aviária. Em contrapartida, as maiores quedas de preço vieram do arroz (-19,1%) e da batata-inglesa (-40,3%), ambos beneficiados pela ampliação da oferta.
“O movimento de desaceleração observado na cesta de São João contrasta com a trajetória do IPCA cheio, que segue pressionado por fatores como o mercado de trabalho aquecido, estímulos à demanda e desvalorização cambial”, analisa o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank.