Preços de medicamentos para hospitais sobem 0,36% em março

Às vésperas do reajuste da CMED, IPM-H desacelera e encerra trimestre com alta de 1,15%

Remédios. Foto: EBC

O Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), resultado de uma parceria entre a Fipe e a Bionexo, empresa de tecnologia SaaS especializada em soluções de gestão para instituições da área da saúde, apresentou um avanço de 0,36% em março de 2025, desacelerando em relação à alta de 1,13% registrada no mês anterior. Com esse resultado, o IPM-H acumulou uma variação positiva de 1,15% no primeiro trimestre de 2025, enquanto a variação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 4,24%.

De acordo com Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe, “os resultados de março vieram próximos da expectativa. Considerando a sazonalidade, a alta mensal de 0,36% foi similar àquela observada em março de 2024, mantendo-se pouco abaixo da média observada para esse mês entre 2015 e 2024 (+0,70%), que sofreu influência da alta dos preços durante a pandemia. Já com base na alta acumulada pelo IPM-H em 12 meses, que é de 4,24% (abaixo do IPCA acumulado no período), a atenção se volta agora para o comportamento esperado dos preços dos medicamentos no próximo mês, quando entrarão em vigor os novos reajustes anuais da CMED, cuja média também ficou abaixo da inflação em 12 meses”

Entre os grupos terapêuticos que compõem a cesta de cálculo do IPM-H, os resultados mensais de março foram influenciados, pelo lado positivo, principalmente pela elevação nos preços de aparelho digestivo e metabolismo (+2,43%). Em seguida, destacam-se os grupos: preparados hormonais (+0,92%); agentes antineoplásicos (+0,73%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+0,63%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (+0,55%); e aparelho respiratório (+0,20%).

CESTA DE PRODUTOS

Em contrapartida, sete grupos terapêuticos que compõem a cesta do índice apresentaram retração mensal, sendo a mais expressiva observada no grupo sistema musculoesquelético (-2,41%). Em sequência, figuraram: aparelho geniturinário (-3,43%); sistema musculoesquelético (-2,61%); sistema nervoso (-1,16%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-1,00%); aparelho cardiovascular (-0,61%); e órgãos sensitivos (-0,53%).

Considerando o resultado do IPM-H no primeiro trimestre (+1,15%), os aumentos de preço abrangeram os grupos: aparelho digestivo e metabolismo (+5,04%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+4,97%); agentes antineoplásicos (+1,07%); e aparelho respiratório (+0,03%). Por outro lado, destacam-se as quedas nos grupos sistema musculoesquelético (-3,76%); aparelho cardiovascular (-1,78%); órgãos sensitivos (-1,34%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-1,19%); sistema nervoso (-0,35%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-0,34%); preparados hormonais (-0,29%); e aparelho geniturinário (-0,28%).

Já no acumulado dos últimos 12 meses, a variação positiva do IPM-H (+4,24%) é impulsionada por: aparelho digestivo e metabolismo (+18,98%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+12,77%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (+4,49%); agentes antineoplásicos (+4,21%); aparelho respiratório (+3,07%); órgãos sensitivos (+1,64%); sistema nervoso (+1,41%); e preparados hormonais (+1,36%). Em contraponto, os preços recuaram em 12 meses no sistema musculoesquelético (-10,39%); aparelho cardiovascular (-4,26%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-3,40%); e aparelho geniturinário (-0,92%).