Os brasileiros sacaram R$ 258 milhões em valores esquecidos no sistema financeiro em fevereiro. Conforme dados do Banco Central (BC), embora o dinheiro do Sistema de Valores a Receber (SVR) tenha sido transferido ao Tesouro Nacional em outubro do ano passado, os saques podem ocorrer por meio de ações judiciais, até que o Tesouro publique um edital com as novas regras para a retirada.Os saques na Justiça continuam até o próximo dia 17, quando acaba o prazo de seis meses dado pelo Tesouro para que os brasileiros retirem os recursos. A partir dessa data, os valores não sacados serão incorporados à conta do Tesouro. Em relação ao estoque de valores esquecidos, até o fim de fevereiro, os brasileiros não tinham sacado R$ 9,0 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro. O SVR devolveu R$ 9,7 bilhões, de um total de R$ 18,7 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
SISTEMA
Após ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi retomado em março de 2023 com novos recursos, sistema de agendamento atualizado e possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em outubro, foram resgatados R$ 401 milhões, um aumento em relação aos R$ 396 milhões do mês anterior. Esse aumento ocorreu após a aprovação de uma lei que determinou a transferência dos valores esquecidos para o Tesouro Nacional como parte do financiamento da prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027. Os R$ 8,7 bilhões compõem os R$ 55 bilhões destinados ao governo para custear essa medida.
Apesar da suspensão temporária dos saques, o sistema permanece disponível para consultas e implementou melhorias, como a impressão de protocolos, inclusão de novas categorias de valores e uma sala de espera virtual para agilizar os acessos. Além disso, o sistema agora permite consultas de herdeiros sobre valores de pessoas falecidas e oferece mais transparência em contas conjuntas.
Desde setembro, empresas encerradas também podem consultar valores por meio da conta Gov.br do representante legal, com termo de responsabilidade assinado. Novas fontes de recursos foram adicionadas em 2023, como contas de pagamento encerradas e tarifas cobradas indevidamente.
(*) com Agência Brasil