Os médicos prestadores de serviços no Hospital Montenegro decidiram manter a paralisação, iniciada no dia 12 de março, em assembleia realizada na última sexta-feira, convocada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). Os profissionais estão sem receber remuneração desde novembro do ano passado. De acordo com o Sindicato, a direção da instituição – gerenciada pela Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas (OASE) – havia proposto esperar o aporte de R$ 30 milhões do Ministério da Saúde, com previsão de repasse até maio. A categoria rejeitou a oferta, por não haver garantia de que o valor virá nesse prazo.
O presidente do Simers, Marcelo Matias, informou que será encaminhada a proposta para que os municípios que utilizam os serviços da instituição contribuam com valores proporcionais ao número de habitantes. Atualmente, apenas o atendimento em traumatologia possui um repasse por parte de cada Prefeitura, com um custo aproximado de R$ 0,87 por habitante, que é depositado no caixa único do hospital. “Sabemos que isso não irá solucionar o atual problema de atraso nos honorários médicos, mas é uma proposta para que haja um fluxo de receita contínuo”, destacou.
Desde o início da paralisação, os médicos suspenderam os atendimentos eletivos, as consultas de fichas verdes e azuis, e a admissão de novos pacientes. Urgências e emergências não sofreram restrição de atendimentos. De acordo com o sindicato Médico, a paralisação atinge todas as especialidades e impacta não apenas a população de Montenegro, mas outros 14 municípios da região do Vale do Caí, entre eles São Sebastião do Caí, Brochier e Triunfo.
O Hospital de Montenegro, 100% SUS, atende cerca de 170 mil habitantes e possui 150 leitos. A direção do Hospital Montenegro não foi encontrada para comentar a situação.
